Mesmo à distância, o papel do líder é ajudar e ser exemplo no desenvolvimento humano para os colaboradores, esclarece a especialista em desenvolvimento humano, Susanne Andrade.
Especialista em desenvolvimento humano, Susanne Andrade, é autora dos best-sellers “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”, “O Segredo do Sucesso é Ser Humano”, e do livro digital “A Magia da Simplicidade”.
Liderar uma equipe é um grande desafio. Fazer isso à distância fica ainda mais complicado. Com o isolamento social diante da pandemia, cerca de 46% das empresas no Brasil adotaram o home office, segundo a pesquisa Gestão de Pessoas na Crise Covid-19, da Fundação Instituto de Administração (FIA).
Para obter sucesso na gestão dos colaboradores remotamente, o ideal é um processo de gerenciamento por meio de uma liderança mais humanizada.
Liderança e pandemia: Um bom líder
Atualmente, qualquer pessoa pode se tornar um bom líder e inspirar seus colaboradores pelo bom exemplo. A especialista em desenvolvimento humano e autora de best-sellers sobre o tema, Susanne Andrade, considera que o home office proporcionou algumas mudanças na gestão das companhias.
Na sua avaliação, o gerenciamento da equipe toma uma proporção ainda maior nessa modalidade de trabalho e, por esse motivo, o líder deve ter maturidade e sabedoria para reforçar os laços de confiança como forma de manter o engajamento.
“Especialmente neste momento, a necessidade de uma liderança mais humanizada é essencial, inclusive para lidar com alguns desafios gerados pelo atual cenário, como a ansiedade das pessoas, o isolamento social e outras situações que causam vulnerabilidade nos colaboradores”, destaca Susanne.
Para a especialista, um dos aspectos da humanização consiste nos profissionais entenderem o propósito do que fazem, o que leva a uma atuação com brilho nos olhos e comprometimento pelo que se faz, o que facilita o desenvolvimento da autogestão.
Algumas empresas já atuam com esse mindset, proporcionado por uma liderança mais servidora, aponta Susanne
Liderança e pandemia: Momento de transição
“Grandes organizações ainda estão passando por um momento de transição que, embora urgente, deve acontecer de forma gradual, já que não é válido inserir um gestor menos controlador se os colaboradores não estiverem prontos para a transformação. Para isso, é necessária uma mudança de ambas as partes: líderes e liderados”, afirma.
Se já era uma pauta importante dentro das organizações, agora tem sido essencial para a conquista de resultados, na opinião da especialista. A quarentena que impôs a todos um maior entendimento sobre as necessidades de cada um veio para quebrar antigos paradigmas e mostrar que não é mais possível nos relacionarmos da mesma forma que antes.
“Tempos atrás, o líder era visto somente como um gestor e hoje, a liderança é vista como importante soft skill na agilidade. O mundo ágil precisa de líderes que motivam e ajudam a engajar os profissionais não somente nas atividades que estes desempenham mas, enquanto pessoas”, esclarece.
Ela aborda alguns exemplos como valorizar as ideias do time, dar espaço para a inovação, para a fala e escuta ativa é fundamental. Ações que fazem parte de uma gestão horizontal, ideal para o trabalho, já que a atuação mais humanizada do gestor gera maior engajamento do colaborador.
Com isso, o indivíduo se sente participante ativo do processo e, motivado, passa a agir de modo proativo. Para desenvolver este estilo de liderança, o profissional deve estar atento a algumas dicas, segundo a especialista:
Liderança e pandemia: Liderar por meio de perguntas
Há uma diferença entre perguntas fracas e perguntas poderosas. As fracas levam a pessoa a se sentir culpada, abrindo espaço para justificativas que nada resolverão. Saber “por que” não conseguiu cumprir o prazo não mudará o presente. Por outro lado, perguntas poderosas são aquelas que levam à ação, e têm como foco a solução.
Além disso, segundo Susanne, ao liderar por meio de perguntas, possibilita ao seu time assumir a responsabilidade pelo resultado, sendo protagonistas, assim como se motivam e se engajam mais, trazendo novas ideias, pontos essenciais para desenvolver um time de autogestão.
Liderança e pandemia: Exercitar o feedback constante
O feedback feito de forma mais cotidiana é importante para as pessoas. Quando o reconhecimento não acontece, muitos deixam de ter boa performance. É bom para qualquer um ter consciência tanto de suas atitudes positivas quanto daquelas que precisam ser aprimoradas ou redirecionadas.
Liderança e pandemia: Celebrar cada conquista
Comemorar as conquistas do seu colaborador com uma postura bacana, seja com um abraço, um elogio ou oferecendo um almoço ao time que finalizou um projeto, por exemplo, faz toda a diferença. Atitudes como essas acabam por fortalecer o elo entre as pessoas e funcionam como um exercício de gratidão, o que gera felicidade e novos resultados.
Liderança e pandemia: Exercitar a empatia
No ambiente corporativo, a empatia potencializa a sinergia e gera conexões positivas. O conflito vem de fora e a empatia nasce quando se identifica pontos comuns que ocorrem dentro das pessoas, pois ao se colocar no lugar do outro é possível perceber emoções e sentimentos alheios.
Liderança e pandemia: Ser exemplo
Ser exemplo corresponde a fazer aquilo que se espera e deseja que as pessoas façam. Conseguir integrar as dimensões pessoal e profissional é ser um bom líder. As perguntas ajudam a focar na solução, os feedbacks ajudam a melhorar a performance e ao celebrar momentos especiais exercemos a empatia.
É provável que desenvolver a liderança como soft skills seja o grande diferencial para o salto como profissional no novo mundo do trabalho, pois estará inspirando e ajudando outras pessoas a crescerem. E todos ganham: profissionais e empresas.
Liderança e pandemia: Sobre Susanne Anjos Andrade
Susanne Anjos Andrade é autora dos best-sellers “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”, “O Segredo do Sucesso é Ser Humano”, e do livro digital “A Magia da Simplicidade”.
É coach, palestrante e professora de cursos de MBA pela FIAP em disciplinas sobre carreira, coaching, liderança e gestão da mudança para a transformação digital.
É Head de Soft Skills na NL Pro, e sócia-diretora da A&B Consultoria e Desenvolvimento Humano, empresa que criou o “Modelo Ágil Comportamental”. Também atua como voluntária no Grathi e é colunista no portal IT Forum 365, na coluna Desenvolvimento Humano 4.0.
Leia também – Liderança do futuro: quais habilidades um líder deve ter hoje?.