O que é Design de Interiores: Esforço é a palavra-chave para o sucesso

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Você quer se tornar Designer de Interiores? Saiba o que é design de interiores aqui.

O mundo das lapiseiras, esquadros e folhas de papel vegetal sempre foram familiares a Vivian Oliveira, já que seu pai era topógrafo. E ela admirava tudo o que envolvia o trabalho dele, em especial o material. Na adolescência, um de seus passatempos preferidos era o jogo The Sims, em que é possível simular a construção de casas e sua decoração. Nessa entrevista, vamos conhecer um pouco mais sobre a o que é design de interiores.

“Eu passava horas jogando e amava montar as casinhas, colocava armário, cama…”, relembra a designer de interiores, hoje com 29 anos.

Mas, no momento em que teve que decidir sobre seu caminho profissional, Vivian acabou escolhendo a faculdade de administração de empresas, curso no qual permaneceu por dois anos.

Logo a percepção de que não se identificava com a área viria e as lembranças distantes das réguas e lapiseiras do pai e de seu hobby da infância voltariam à memória.

Em 2012 ela iniciou o curso de design de interiores e descobriu que estava no caminho que a fazia feliz.

“Quando eu comecei a cursar a faculdade, fiquei até emocionada com o tipo de material que eu iria utilizar, porque lembrava do meu pai. E tem tudo a ver comigo”, acrescenta a profissional, que é uma apaixonada pela profissão que escolheu: “Essa é a maior gratificação para um profissional: fazer aquilo que ama.”

PC: É preciso ter algum talento nato para carreira em designer de interiores ou tudo na profissão se aprende?

É claro que há pessoas e pessoas e cada uma é boa em uma coisa. Mas eu não acredito que seja preciso ter algum talento específico para ser designer de interiores.

Acredito muito no potencial de cada pessoa.

O talento mais especial que a pessoa deve ter na profissão é amar o que faz. Quando a gente ama o que faz, tudo se aprende.

Se não der certo na primeira vez, nem na segunda, é preciso insistir e continuar tentando até conseguir. E ir se aperfeiçoando.

PC: Como você descreveria a profissão para quem nunca teve contato com esse mercado, mas tem vontade de se tornar um designer de interiores? O que exatamente é exigido desse profissional no dia a dia?

Eu resumo com a palavra responsabilidade. Muitos têm um conhecimento superficial de que um designer de interiores faz apenas decoração.

E, sim, nós fazemos decoração, mas não só isso. Temos uma grande responsabilidade diante sobre o que estamos criando.

É preciso planejar e criar espaços, combinar estética com funcionalidade, porque não basta ser lindo e maravilhoso, tem que funcionar.

Temos que ter conhecimento de produtos e materiais que vamos especificar.

Inserir os materiais corretos para cada tipo de ambiente, de situação e de pessoa, temos que proporcionar harmonia no ambiente, para que a pessoa se sinta acolhida nele.

Tudo isso é projetar. Todo projeto começa com um cliente e nós precisamos captar, da forma mais sensata possível, o que ele quer. O profissional também precisa ter sensibilidade para passar o que o cliente deseja para o físico.

PC: Quais são as principais características comportamentais para ser um bom profissional na carreira de design de inteirores?

Primeiro de tudo, organização. Se não houver isso, o negócio não flui corretamente.

Segundo, criatividade: é preciso inovar, fazer coisas diferentes, esse é um ponto chave.

É bom ter originalidade para se destacar em meio a outros profissionais.

É importante também ter bom raciocínio lógico, pois em algumas situações precisaremos oferecer soluções, tanto para criar espaços quanto para calcular medidas.

Ter autoconfiança, para ter certeza de que vai dar certo. E também é legal que o profissional esteja sempre atualizado.

PC: A faculdade é suficiente para preparar o profissional para carreira de design de interiores ou é preciso fazer cursos complementares?

Com toda a sinceridade do mundo, a faculdade não é suficiente. A prática é muito diferente daquilo que aprendemos na faculdade.

Cursos complementares são uma boa escolha para se especializar em certa área, como, por exemplo, iluminação, paisagismo e até marcenaria.

Eles são essenciais para que o profissional tenha uma complementação, mas, tudo na prática é diferente.

Por isso, o essencial é estagiar para ver como funciona. A faculdade é só o início.

PC: O que você mais gosta nessa carreira de design de interiores? E quais são as partes da profissão que você preferiria não ter que lidar no dia a dia?

O que eu mais gosto é da ausência de rotina e de ser autônoma. Cada cliente é diferente, cada projeto ou consultoria, sempre vai ser diferente.

O dia a dia também é assim. Em um dia você está na obra, no outro, em reunião com o cliente ou com o fornecedor.

Um dia está especificando materiais nas lojas, no outro, está em frente ao computador.

A parte que eu preferiria não ter que lidar é com alguns fornecedores, quando acontece, por exemplo, algum atraso de mercadoria ou de instalação, quando alguma coisa está planejada para acontecer naquele dia e acontece algo com o fornecedor.

Acabo não tendo o que fazer, porque dependo deles. Essa é a parte chata de lidar no dia a dia.

PC: Quais foram os principais desafios que você teve que superar na carreira de design de interiores para chegar onde chegou?

Quando terminei a faculdade, o estágio não era obrigatório e eu já tinha um emprego.

Não sabia o que eu ia fazer para ingressar na profissão e meu networking nessa área era zero.

Me cadastrei em alguns sites de trabalho, mas passou um ano e não consegui nada.

Eu gostava bastante do emprego em que eu estava, mas decidi sair, mesmo sem nada em vista, porque precisava exercer minha profissão.

No dia em que eu fui embora, um dos meus chefes me deu um cartão da arquiteta dele e eu nem dei muita atenção.

Um mês depois, entrei em contato com ela e veio o segundo desafio: o que mostrar a ela que pudesse ser útil?

Eu não tinha experiência. Pesquisei na internet e descobri que poderia mexer com programas 3D.

Mas como eu faria isso? Entrei no YouTube e comecei a aprender. Foi assim que consegui ingressar na área sem ter experiência.

O meu primeiro emprego na área, foi muito desafiador: a minha rotina de trabalho era bem puxada, mas eu sabia que aquilo era necessário para mim e que, lá na frente, iria valer a pena. Todo o esforço desafiador é válido.

PC: Qual a sua opinião sobre o mercado de trabalho de design de interiores? É um mercado promissor para quem está começando?

É um mercado amplo, mas bem seletivo. Apesar do alto índice de autônomos nessa profissão, é uma área que está se expandindo bastante.

Um designer de interiores não precisa atuar somente com projetos. Pode trabalhar com consultorias de decoração ou de compras, ou dentro da área de paisagismo, de iluminação…

Há várias áreas dentro do design de interiores em que se pode atuar.

Mas, independentemente da área em que a pessoa deseje se especializar, é preciso ter um diferencial para se destacar. É preciso ter algum diferencial.

PC: Você se considera bem-sucedida? O que é sucesso, na sua opinião?

Sim, me considero bem-sucedida.

A cada trabalho que eu entrego, seja um projeto ou uma consultoria de compras que eu elaboro, e recebo um elogio ou o retorno de que o cliente ficou empolgado quando chegou algum produto na casa dele, isso para mim é o sucesso.

Ele acontece a cada dia. Cada parte do dia em que eu faço algo e dá certo, é um sucesso.

Receber um retorno de que eu fui uma profissional atenciosa também é. Na minha opinião, não há como atingir o pico do sucesso.

Eu acredito que a vida é uma constante busca por ele. Eu sou extremamente apaixonada pelo que faço na profissão que eu escolhi.

Sou muito grata a Deus pela oportunidade que ele tem me dado.