Consultora empresarial Regina Nogueira alerta para o problema, que afeta mais mulheres do que homens e põe em risco trajetória profissional e pessoal.
Mesmo nos dias de hoje, esse é um problema que acomete um grande número de pessoas do sexo feminino, e faz com que a mulher passe a considerar a si mesma “uma fraude”, e a acreditar que só conseguiu alcançar determinada posição ou patamar na carreira por ter enganado todas as pessoas ao seu redor.
Segundo pesquisa da plataforma de conteúdo e negócios StartSe, em parceria com a OpinionBox, entre 783 mulheres em posições de liderança de todo o Brasil, 43% apontam o medo de falhar como um dos entraves para evoluir na carreira, enquanto a dificuldade em falar sobre conquistas profissionais foi apontada por 52%. Os dois aspectos são “sintomas” intimamente ligados à denominada síndrome da impostora.
“É um padrão de comportamento, que geralmente reflete uma baixa auto-estima e insegurança. Com isso, a pessoa- em sua maioria mulheres, mas também afeta muitos homens- passa a crer que aquele sucesso que ela está obtendo em sua vida não é real, que foi um ‘golpe de sorte’ aquilo ter acontecido”, explica a consultora empresarial Regina Nogueira, que também é especialista em reposicionamento de marca pessoal e corporativa e autora do livro “VOCÊ É UMA MARCA. Descubra como o Personal Rebranding pode mudar a sua vida por meio das marcas”.
Regina acrescenta que trata-se de um processo de autossabotagem, em que o indivíduo não aceita o próprio sucesso e acha que não tem competência para executar bem e ter êxito em determinada área ou cargo. “É algo muito complexo, porque a pessoa realmente dá ênfase e ‘joga luz’ sobre o lado negativo, e não no lado positivo daquilo que ela realiza. Assim, não consegue enxergar sua potência”.
Na visão da especialista, não é surpresa que tal “síndrome” acometa mais as mulheres. “Durante séculos, fomos educadas para servir, e, culturalmente, o homem sempre ocupou um lugar de muito mais destaque que a mulher. Isso é uma barreira difícil de quebrar, porque ainda hoje a mulher sofre pressão social e enfrenta preconceito no mundo corporativo, simplesmente por ser mulher. Apesar de todos os avanços, ainda estamos longe de ter um ambiente igualitário. Os homens, de forma geral, ainda ganham salários maiores e tendem a ser mais respeitados”, diz.
Regina lista algumas dicas para as mulheres deixarem de lado esse “complexo”.
Síndrome da impostora: 1- Faça uma retrospectiva das suas conquistas
Síndrome da impostora: 2 – Liberte-se do medo de errar
Outro cuidado importante, na visão de Regina, é permitir-se ser imperfeita e não ter medo de se mostrar vulnerável. “A mulher não pode se esquecer de que, acima de tudo, ela é humana e, como tal, não tem a obrigação de saber tudo, nem de acertar sempre. Libertar-se dessa imposição também ajuda a sentir-se menos ‘impostora’”.
Síndrome da impostora: 3 – Não viva apenas para o trabalho
Ter uma vida fora do escritório também é fundamental, no ponto de vista da consultora. “Não dedique 100% do seu tempo e interesse ao trabalho, cultive suas amizades, estreite as relações familiares, pois são essas as pessoas que te ajudam a voltar pro eixo, relembrar quem você é e parar de duvidar tanto de você mesma”.
Além das relações humanas, é necessário reservar algum tempo para o lazer, viagens, hobbies, coisas que te desconectem das obrigações e do peso da rotina. “Isso tudo ajuda a não se levar a sério demais, e afasta do papel de impostora.
Síndrome da impostora: 4- Reserve algum tempo para você
Regina também sugere tirar tempo para si mesma, dedicando-se a alguma prática que promova a saúde mental e o bem estar- como meditar, caminhar, qualquer atividade que aquela mulher goste e valorize. “Muitas vezes acabamos deixando esses momentos de lado, mas o autoconhecimento é o melhor caminho para que você se conecte consigo mesma, e fuja da ideia de que é uma ‘farsa’”, pondera.
Síndrome da impostora: 5- Nunca é tarde para mudar de atitude
Como última dica, Regina ressalta que nunca é tarde demais para reposicionar sua própria marca pessoal e criar uma nova imagem, seja no trabalho ou na vida pessoal. “Eu mesma tive uma ascensão profissional muito rápida, fui a mais jovem diretora de marketing da multinacional em que eu trabalhava. Quando assumi o cargo de diretora, para atender um grande cliente, me tornei outra pessoa, estava com muito medo, e meu comportamento, minha insegurança, passou a afastar as pessoas. Passado algum tempo, com a ajuda dos amigos e dos colegas mais próximos, consegui identificar a armadilha da impostora e reverter o jogo”, conta.
“É por isso que sempre digo que todos têm a capacidade de abandonar um comportamento e se tornar de fato uma nova pessoa, passando uma nova impressão e deixando de boicotar a si mesmo, caminhando para o sucesso em todas as áreas da vida e para uma existência mais plena e feliz”, conclui.
Síndrome da impostora: Sobre Regina Nogueira
É especialista em reposicionamento de marca e autora do livro “Você é uma marca! Descubra como o Personal Rebranding pode mudar a sua vida por meio das marcas”, que será lançado em outubro. Oferece consultoria estratégica para empresas e pessoas, por meio de atendimentos personalizados que resultam no reposicionamento da marca pessoal e/ou corporativa.
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