Depois de resultados positivos em 2019, com a criação de 644 mil postos de trabalho com carteira assinada, estágio durante a pandemia cresce.
Por Alexey Carvalho, Diretor da Anhanguera Osasco*
De acordo com as informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, a pandemia do COVID-19 fez crescer novamente a taxa de desemprego.
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em maio de 2020 a taxa de desocupação atingiu 12,9%.
Analisando os jovens entre 18 e 24 anos, essa taxa chegou a 27,1% no primeiro trimestre do ano, resultado que é atribuído, dentre outros fatores, à falta de experiência entre esse grupo que.
Estágio durante a pandemia: concorrência com a massa de desempregados
Além dessa barreira, ainda concorrem com a grande massa de desempregados, que muitas vezes podem possuir mais conhecimento e expertise.
Os jovens que buscam oportunidades para ingressar no mercado de trabalho, enfrentam inúmeras dificuldades e passam por um verdadeiro martírio para chegar ao tão almejado primeiro emprego.
Nesse ínterim, o estágio pode ser uma valiosa alternativa, para agregar conhecimento, experiência e desenvolver as habilidades necessárias do futuro profissional, de modo a construir sua empregabilidade, para a conquista de um posto de trabalho efetivo.
Estágio durante a pandemia: requisito fundamental
Os estágios são regidos pela Lei No. 11.788 de 2008, que estabelece como requisito fundamental que o estudante esteja regularmente matriculado nos ensinos médio, técnico ou superior, incluindo-se neste último, a pós-graduação.
Se por um lado, o estágio não gera vínculo empregatício e, por isso, não confere os direitos trabalhistas como o 13º. salário, um terço de férias, FGTS ou INSS; por outro, o estagiário deverá cumprir uma jornada semanal máxima de 30 horas, das quais, no máximo 6 horas por dia, além de ser amparado por um seguro contra acidentes pessoais, bolsa auxílio (mensal), apoio financeiro para transporte e recesso remunerado.
Estágio durante a pandemia: o salário de um estagiário
O salário médio de um estagiário no Brasil, considerando apenas bolsa auxílio, segundo dados de uma pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios em 2018 e disponibilizada pela Associação Brasileira de Estágios, é de R$ 1.095,89 para o nível superior e de R$ 632,38 para nível médio.
Se compararmos o salário em horas, um estagiário de nível superior chega a receber em média 68% a mais que o salário mínimo e sem encargos.
Apesar da pandemia ter frustrado as expectativas para o mercado no primeiro semestre, observa-se que algumas vagas previstas estão sendo represadas, mas muitas devem ser ofertadas ainda em 2020.
Destaca-se que 85% das vagas são destinadas para estudantes do ensino superior, de acordo com o Núcleo Brasileiro de Estágios.
Com as mudanças ocorridas na pandemia, áreas ligadas à tecnologia e à saúde devem sair na frente, juntamente com ocupações administrativas que podem ser exercidas em home office.
Estágio durante a pandemia: uma boa alternativa
É possível notar que o estágio é uma boa alternativa para ingressar no mercado de trabalho, adquirir experiências, conhecimentos e se familiarizar com o ambiente profissional, além de gerar renda e possibilita que a estudante permanência em sua formação.
A retomada da economia brasileira deverá ser gradativa e com ela o aumento de vagas efetivas, especialmente com maior qualificação e experiência, assim, aqueles que estiverem mais preparados poderão aproveitar as melhores oportunidades e o estágio pode ser a porta de entrada.
Estágio durante a pandemia: sobre o autor
Alexey Carvalho é Pós-Doutorado e Doutorado em Educação e atua como diretor executivo da Universidade Anhanguera de São Paulo – Campus Osasco e Coordenador no Brasil e Pesquisador da Rede de Estudos Organizacionais na América Latina, Caribe e Ibero-América.
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