Como driblar problemas de engajamento: especialista aponta soluções para uma liderança efetiva.
Funcionários que efetivamente trabalham nas empresas são menos de 28%. Dados da consultoria Gallup mostram que no Brasil, mais de 72% dos colaboradores se sentem desengajados com o próprio trabalho. “É uma realidade difícil de aceitar, mas na maioria dos casos essa situação está relacionada a falhas de gestão de equipes e pessoas”, analisa Adriano Lima, business influencer e executivo com mais de 30 anos de experiência em Recursos Humanos.
Entre os motivos mais apontados para a falta de motivação estão questões salariais e, em especial, problemas de liderança. A má gestão de colaboradores pode, segundo o especialista, transformar equipes produtivas em verdadeiros “zumbis corporativos”. Tudo isso de maneira silenciosa e quando o empregador se dá conta, esse processo já aconteceu. Os funcionários se tornam desconectados com o trabalho que realizam ou com o que a empresa que trabalham pode oferecer.
Com isso, gestores e empresas têm queda de desempenho, entregas inferiores e acumulam ainda mais desafios para seus negócios. “Um trabalhador desmotivado vai ter uma entrega duas a três vezes menor do que um funcionário médio. É como se a empresa tivesse só um terço do seu quadro real de funcionários”, completa.
“A reversão desse tipo de problema e conseguir estratégias que mantêm um time de alta performance ajudam a criar o que chamamos de Employer Branding”, sugere o business influencer. Essa estratégia tem o poder de tornar a sua empresa atraente para os melhores talentos do mercado de trabalho.
Problemas com motivação podem causar um prejuízo de mais de 7.8 trilhões de dólares em perda de produtividade por ano, o que corresponde a 11% do PIB Global segundo a própria pesquisa da Gallup. Adriano Lima, executivo de RH com passagem por grandes marcas como Minerva Foods, Unilever, Dasa e Itaú, explica cinco passos efetivos para contornar ou prevenir problemas com engajamento de colaboradores.
Como driblar problemas de engajamento: confira
1 – Aceitando o problema
“O primeiro passo é aceitar o problema e identificar na sua liderança como você pode trabalhar esse desafio”, explica Adriano. Ele também aponta que é nesse passo que mora a maior dificuldade. Líderes e gestores presos em seu próprio ego ou limitações tem dificuldade de aceitar que a origem da desmotivação pode sim estar numa liderança pouco eficiente. “Um verdadeiro líder tem que ter o altruísmo como um dos valores principais e reconhecer a responsabilidade sobre outras pessoas”, completa.
Para Adriano Lima, líderes são verdadeiros ativadores de motivação quando desempenham o papel de ativador do sistema de busca do cérebro de cada pessoa, que cria impulso para aceitar desafios.
2 – Escuta ativa
Saber o que os seus liderados pensam por meio das conversas do dia a dia, ouvindo os problemas simples e considerações é o próximo passo. O executivo explica que é fundamental que essa escuta não seja limitada a pesquisas e feedbacks pontuais. “Um bom líder aprende a identificar a insatisfação da sua equipe no dia a dia, com um comentário sobre uma tarefa ou até mesmo as expressões e reações em uma conversa”, comenta.
O termo “escuta ativa” é explicado quando o receptor das informações tem total interesse no que está sendo transmitido pelo outro. “Como gestor, o seu maior interesse deve ser o seu time e o que essas pessoas trazem são insights fundamentais de como está a sua liderança”, explica o business influencer.
3 – Planejamento
“Equipes mal-planejadas vão ser menos produtivas e os colaboradores sentem isso diretamente”, aponta Lima. O executivo explica que o seu time é exatamente como um time de futebol, você precisa entender o que cada jogador faz de melhor e colocar ele nessa posição para ganhar o jogo. “Não adianta ter um bom atacante no Gol, além de prejudicar a sua performance, ele vai se sentir desmotivado”, completa.
Para isso é importante planejar a estrutura do seu time, não só para divisão de tarefas diárias, mas também saber com quem contar quando precisar atingir objetivos específicos.
4 – Calibragem e valorização
Periodicidade e clareza em feedbacks mudam a estratégia de um time. “Esperar que o seu colaborador entenda em sinais ou mensagens na linha fina o que você espera dele, tanto em performance quanto em melhora, nunca foi uma boa aposta”, analisa Adriano Lima. O especialista vê o momento de feedbacks e a quantidade com que isso acontece como uma das ferramentas mais poderosas de valorização de time.
“Aproveitar para apresentar os planos de melhora, mas também mostrar que, além de tudo, você reconhece o enxerga o trabalho dessa pessoa. Oportunidades de aumento de salário podem e devem ser consideradas nesse espaço”, avalia.
5 – Pense no Employer Branding
Não é só mais uma palavra da modernidade. “A sua marca empregadora é o resultado direto da satisfação dos colaboradores da empresa”, aponta Adriano. Para o executivo, ter uma marca forte diante da concorrência e do mercado de trabalho como um todo mantém as pessoas ainda mais motivadas. “É importante entender que todos esses passos levam a um time ainda mais motivado e você não só mantém os talentos na sua equipe, como atraí os melhores do mercado por ter uma exposição de ambiente positivo de crescimento e oportunidades de trabalho”, conclui o especialista.
Sobre Adriano Lima
Adriano Lima é executivo de Recursos Humanos com mais de 30 anos de experiência em carreira, liderança e gestão de pessoas e um verdadeiro apaixonado por gente. Atualmente ocupa a cadeira de CHRO Global Minerva Foods. Já passou por empresas renomadas como Amil, Mastercard, Unilever, Itaú Unibanco e Itaú International, Banco Safra, Grupo Dasa e Neon. É colunista fixo da Revista Exame e criador de conteúdo para redes sociais, reunindo mais de 100 mil fãs em suas páginas.
Proprietário da AL + People & Performance Solutions, presta serviços de consultoria e coach para startups, investidores, executivos e profissionais de RH. É palestrante e mestre de cerimônia para eventos como o Prêmio TOP of Mind de RH. É autor do livro “Você em Ação”, com destaques inspiradores da jornada profissional.
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