Em terra sem emprego para jovens quem estende a mão é rei! , esse é o tema do artigo de hoje escrito por Kelly Lopes, superintendente do IOS.
A paralisação da economia causada pela pandemia afetou principalmente o emprego para jovens, segundo os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados pelo IBGE.
Os dados apontam que jovens entre 14 e 24 anos representam 6,8 milhões do total dos mais de 14 milhões de desempregados atualmente no país. Cerca de 1 em cada 4 do grupo economicamente ativo nesta faixa está sem trabalho.
O desemprego se alastrou por todas as faixas etárias, mas de forma mais acelerada para quem tem essa idade e quer trabalhar.
Um outro levantamento divulgado no fim do ano passado pela consultoria IDados apontou que mais de dois terços dos jovens (77,4%) têm emprego considerado de baixa qualidade. De cada dez trabalhadores com até 24 anos de idade, quase oito trabalham em situação vulnerável, o que representa cerca de 7,7 milhões de pessoas.
Emprego para jovens: As perspectivas
As perspectivas para esse jovem ainda ficam mais nebulosas nesse cenário de pandemia que intensificou os efeitos da maior crise política, econômica e sanitária que o país já viveu.
Não à toa, o Brasil é o sétimo país do mundo com maior desigualdade social, segundo o último relatório divulgado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), ficando atrás apenas de nações do continente africano, como África do Sul, Namíbia, Zâmbia, República Centro-Africana, Lesoto e Moçambique.
O quadro ainda fica mais alarmante com o encerramento do auxílio emergencial que vai provocar o aumento de pessoas em busca de emprego. Frente a esse cenário, quais serão as expectativas e as oportunidades que esses jovens podem esperar? Em especial aqueles que tiveram um ensino de baixa qualidade?
Emprego para jovens: Conhecer a intenção verdadeira
É nessa hora que precisaremos conhecer a intenção verdadeira das empresas que exemplarmente se voluntariaram para colaborar com respiradores e insumos médicos, dinheiro e alimentos para a população na pandemia.
É nessa hora que os ‘pulmões da responsabilidade social’ deverão mostrar trabalho, já que o desemprego entre jovens respira por aparelhos numa pandemia que já dura há décadas.
É preciso sair da bolha para olhar e entender quem de fato é minoria no mercado de trabalho. Os que têm acesso a bons empregados e usufruem de bons salários e formação adequada, esses não são a maioria.
Porém, está mais que na hora de empresas e empresários devolver os frutos da sorte a sociedade que precisa de apoio.
Emprego para jovens: Formar e incentivar
Enquanto todos parecem sonhar com um mundo onde as pessoas estendem a mão umas às outras, as empresas e suas pessoas se esquecem de que formar e incentivar os jovens para o primeiro emprego significa diminuir a violência, desenvolver os novos talentos que, no futuro bem próximos, serão os idealizadores das próximas inovações que o mundo aguarda e as próprias empresas vão precisar.
Passou a hora de tirar do papel o compromisso de apoiar o emprego dos jovens de forma séria e estruturada, atrelado às metas que são sempre muito mais financeiras do que sociais.
É preciso se envolver, por meio de suas pessoas, em de fato ajudar na formação e no início profissional do público mais atingido pelo desemprego. Ao invés disso, cada vez mais assistimos ao massacre dos jovens que tentam o primeiro emprego, mas que se deparam com exigências curriculares que beiram os níveis gerenciais de qualificação impossível de serem atingidas para a maior parte dessa população.
Emprego para jovens: Como inspirar?
Como é possível inspirar um jovem para o mercado de trabalho nos dias de hoje? Talvez começando pelo modo mais sensível, enxergando suas dificuldades e atuando com a experiência profissional de cada colaborador de uma empresa para amenizá-las.
É transferir conhecimento. É praticar a empatia na sua essência mais pura.
Uma ferramenta potente para atuar na transformação de vidas é a mentoria. Cada vez mais é preciso encorajar as empresas a se aproximarem das Organizações Sociais com o objetivo de promover mentorias entre seus profissionais e os jovens assistidos em projetos de formação profissional.
Assim, é possível impactar o maior número de jovens, de forma estruturada. É um processo inesquecível para quem participa e que auxilia o jovem a desenhar sua carreira a partir das experiências reais desses profissionais.
Além disso, uma ação voluntária resultados positivo práticos como o engajamento dos colaboradores com a causa e a valorização da empresa por agirem de forma socialmente responsável.
Emprego para jovens: Força tarefa
É preciso uma “força tarefa” para que juntos, empresas e organizações sociais, possam “adotar” o maior número possível de jovens em início de carreira e mostrar a eles um mundo de oportunidades profissionais dignas que os ajudem a desviar do desalento, do desemprego, da angústia, da miséria, da fome e do crime.
Incentivar o jovem no seu primeiro passo profissional é investir em uma sociedade melhor, com mais oportunidades e menos desigualdades e violência. É ser transformador de vidas e motivador de talentos.
É contribuir da melhor forma com a história de vida de uma jovem em formação, atuando como divisor de águas na vida dele e ainda mais na sua própria vida!
Emprego para jovens: Sobre Kelly Lopes
Kelly Lopes é empreendedora social e superintendente do Instituto da Oportunidade Social – IOS. Graduada e pós-graduada em Tecnologia da Informação, especialista em gestão para o Terceiro Setor, MBA em Gestão Empresarial pela FGV e MBA em Gestão de RH Estratégico, Kelly Lopes atuou com desenvolvimento e implantação de software por 9 anos na TOTVS.
Em 2008, foi convidada a assumir a gestão do Instituto da Oportunidade Social – IOS – organização fundada pela TOTVS para promover o aprimoramento profissional e a empregabilidade de jovens e pessoas com deficiência – onde atualmente ocupa o cargo de superintendente. Kelly também é vice-presidente voluntária do Projetos Amigos das Crianças – PAC.
Emprego para jovens: Sobre o IOS
Comprometido com a empregabilidade de jovens e pessoas com deficiência que tenham menor acesso às oportunidades do mercado de trabalho, há mais de 22 anos o IOS desenvolve projetos de formação profissional gratuita em temas variados.
“Administração” e “Tecnologia” compõem a grade de cursos, além do enfoque comportamental. Qualificado como Entidade Beneficente de Assistência Social certificada pelo CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social), o IOS já formou mais de 38 mil profissionais para os setores de Tecnologia da Informação, Administração, RH e Atendimento ao Varejo.
A instituição é mantida por empresas privadas como a TOTVS – sua fundadora e principal mantenedora – além da Brasilprev, Instituto Center Norte, Dell, Deloitte, Edenred – Ticket, Fundação Beneficente Elijass Gliksmanis, Hyundai, IBM, McDonald´s, Microsoft, Zendesk, entre outras. Mais informações: ios.org.br.
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