O que será do futuro do trabalho? Com as máquinas e a inteligência artificial ganhando espaço, é comum a insegurança em relação aos próximos anos.
Porém, essa também pode ser uma oportunidade de ouro. Tanto para demonstrar o seu valor como um profissional com soft skills sólidas. Como alguém com capacidades relacionais que farão a diferença.
Qual o futuro do trabalho?
Segundo Monique Cipriano, coordenadora de gente e gestão da Printi, a tecnologia tem – e terá cada vez mais – espaço no nosso dia a dia. Mas esse pode ser um bom sinal.
“Hoje podemos observar um movimento do mercado em que ele se preocupa muito com o soft skill das pessoas. São as habilidades comportamentais de cada profissional, o lado que a tecnologia não alcança. A criatividade, a capacidade de enxergar solução de maneira rápida e prática para os problemas, a empatia e, principalmente, o senso de dono que inspira o profissional a ir sempre além do que lhe foi proposto”, diz.
Ou seja, mais do que habilidades técnicas, o que o mercado vai continuar buscando são os skills comportamentais de cada um. Além do que você conhece de engenharia, direito, informática ou design, a sua performance e entrega terão outro ponto focal. Agora, tudo estará centrado na sua habilidade de transitar por diferentes projetos, lidar com pessoas de diferentes perfis e ter resiliência e flexibilidade para lidar com mudanças constantes na empresa (o que é muito comum em startups).
Tudo isso garante uma curva de aprendizagem e desenvolvimento menor. E isso aumenta o seu nível de adaptação e, de quebra, a sua entrega e valor dentro da própria empresa.
A importância de trabalhar com propósito
Mas, não se engane. Não é só você que vai precisar mudar as suas prioridades e a forma como você se relaciona com o trabalho. As empresas também passarão por esse processo.
Segundo Monique, deixar o propósito cada vez mais claro será essencial para atrair talentos que estão alinhados com a sua meta.
Por isso, para encontrar funcionários engajados, as empresas vão precisar atribuir valor e propósito às suas estratégias e cultura interna. É isso que vai gerar uma atuação mais expressiva no dia a dia. “A Geração Y sente a necessidade de enxergar sentido no que está fazendo, precisa entender o real impacto que aquela atuação vai causar em determinada ação e assim se sentir muito mais parte do sistema e de algo maior”, completa.
Aliás, se a empresa em que você trabalha ainda não tomou a iniciativa de clarear o seu propósito… Nada impede que você comece esse processo buscando por isso nas suas funções atuais.
Já comentamos como o trabalho voluntário, por exemplo, não só é uma ótima maneira de ajudar com a sua comunidade como, de quebra, desenvolver soft skills e tornar o seu currículo mais atrativo. Uma ideia é acrescentar atividades desse cunho no dia a dia da empresa ou aproveitar ao máximo os projetos oferecidos por ela.
“Muitas empresas oferecem atividades voluntárias, ações pelo meio ambiente ou programas que impactam a sociedade de alguma forma. Um jeito de garantir que você vai exercitar algo com propósito além da sua atuação convencional é saber mais sobre as iniciativas das empresas, pesquisar, questionar… E caso a sua ainda não tenha, quem sabe não seja uma boa hora de implantar algo novo. Ou mesmo entender de que forma o seu trabalho pode ser ressignificado e agregado com mais propósito”, diz Monique.
Mantenha-se otimista, mas também atualizado
Pois é, a tecnologia vai continuar evoluindo e se tornando cada vez mais parte do dia a dia profissional. Mas isso não significa que os seres humanos perderão espaço para elas. Pelo contrário, esta é a hora de desenvolver ainda mais as suas habilidades humanas. Isso porque elas serão o diferencial daqui em diante.
“Um programa de inteligência artificial pode até trazer dados importantes sobre uma situação específica. Mas somente uma pessoa tem capacidade de avaliar aquele número e a partir dele agir com uma tomada de decisão”, reflete Monique. “As máquinas têm assumido um papel muito importante para as empresas que hoje trabalham com automação e soluções mais ágeis. Mas não substituem a ação humana, uma vez que o controle dessas máquinas, parte de um de nós”.
Em resumo, se você pretende trabalhar por muito tempo ainda, saiba: mais importante do que ter uma habilidade técnica, mantenha-se atualizado. É importante se especializar no uso das novas ferramentas. Isso garantirá o seu espaço e relevância na nova fase do mercado de trabalho.