O lifelong learning não é modismo, é o seu futuro, esse é o tema do artigo de hoje, escrito por Eni Santos.
Com o mundo e, consequentemente, o mercado de trabalho mudando em velocidades cada vez maiores, um ponto que não pode parar é o aprendizado.
Um estudo feito em 2020 pela Deloitte, empresa global de consultoria, falou com 10 mil líderes empresariais e de RH de 140 países.
Os dados apontaram que 70% das empresas estão reestruturando ou estruturando estratégias de carreiras. Se companhias de todos os tipos e portes estão fazendo isso, não vejo motivos para profissionais não fazerem também.
Todo o atual contexto global reforça a importância do conceito de lifelong learning, ou educação continuada. Em linhas gerais, o princípio-chave desta prática é estarmos conscientes de que somos eternos aprendizes. E isso, ao meu ver, é de extrema relevância para o profissional contemporâneo.
Lifelong learning: Longo caminho a ser percorrido
No entanto, entre o discurso e a prática há um longo caminho a ser percorrido. Essa mudança só será feita se houver uma abertura pessoal para o espírito da inovação que domina nossos dias. É a necessidade de aprender, desaprender e reaprender a todo momento. E isso, às vezes, implica em revisitar alguns paradigmas internos.
Costumo reforçar com os profissionais que atendo, muitos em estágios avançados na hierarquia de grandes empresas, que não existe o conhecimento pronto e acabado, ele está em construção contínua. As mudanças de direcionamento impõem a necessidade de novos aprendizados, e a única forma de suprir isso é a atualização constante.
A partir do entendimento do que é esse aprendizado continuado, é necessária a pergunta: “E quando paramos de nos preocupar em seguir aprendendo na vida profissional?”.
Pela minha experiência, não é possível estabelecer um momento exato de quando alguém deixa de se preocupar com sua formação. Contudo, isso pode ocorrer devido a inúmeros fatores que vão desde rotina até problemas pessoais.
Lifelong learning: É importante se atualizar
Infelizmente, o profissional que não se preocupa em atualizar-se fica com seu prazo de validade “vencido” no mercado. Consequentemente, ele pode ser preterido em promoções e com menor classificação em processos seletivos.
No geral, aqueles que se estabelecem numa ‘zona de conforto’ em relação ao aprimoramento de sua formação, muitas vezes, carecem de estímulos.
Estão influenciados por um dado momento da vida pessoal, pesam aspectos financeiros, não há pressão da empresa, estão presos a modelos mentais como: “o que eu sei já basta” ou “aqui ninguém valoriza”.
Estes motivos me levaram a tratar o lifelong learning não como um modismo, mas como uma prática que contribui para a sustentabilidade da carreira.
Lifelong learning: Dinâmica do aprender
A dinâmica do aprender continuamente faz com que os pontos fortes de cada um sejam potencializados e outros sejam trabalhados. Esses estímulos melhoram a capacidade de propor soluções, elevam a criatividade e aumentam o repertório. Importantes vantagens competitivas para qualquer um.
É preciso estar atualizado com os conhecimentos técnicos aplicados no exercício do trabalho, mas capacidades comportamentais são tão valiosas quanto. O escopo do lifelong learning aborda tanto o desenvolvimento contínuo das competências técnicas quanto comportamentais.
No próprio local de trabalho visualiza-se também muitos benefícios advindos do constante aprimoramento, como por exemplo: demonstrar “estar atualizado”, que é bem visto, afeta positivamente a performance, porque esta pessoa terá mais condições e segurança para contribuir com ideias e soluções, para opinar nas tomadas de decisões, e suas entregas tendem a ter nível superior.
Lifelong learning: Quando colocar em prática
E agora vem a pergunta seguinte: “E quando e como colocar isso em prática?”É importante avaliar a tal “estagnação” em função do tempo e objetivos. Elaborar um plano de ação efetivo para sair deste estado depende, num primeiro momento, do autoconhecimento e da leitura do contexto atual.
O aprendizado contínuo se faz além de cursos e pode ser mantido por meio de palestras, podcasts, mentoring, feedbacks, entre outras atividades. Há profissionais que são positivamente inquietos em relação à formação, e isso independe do estágio da carreira. Eles buscam aperfeiçoamento constante e até novas áreas porque vislumbram um próximo nível hierárquico. Ou então querem se reinventar.
Tenho, por exemplo, clientes muito jovens, no início da carreira, que conectam especializações no ano subsequente à conclusão da graduação e, outros, também jovens, que não se preocupam.
Há profissionais que com 40 anos ainda não fizeram pós-graduação e outros possuem uma caminhada de formação admirável. Conheço casos de pessoas com mais de 50 anos que estão se aperfeiçoando constantemente e, até realizando uma nova graduação.
É necessário sempre buscar um maior autoconhecimento, avaliar a trajetória profissional, definir objetivos e fazer um planejamento de ações para a carreira. No fim, o conhecimento sempre ‘empodera’ e agrega valor ao profissional que faz bom uso dele.
Vamos juntos nesta jornada de aprendizado?
Lifelong learning: Sobre Eni Santos
Eni Santos atua como Consultora de Carreira assessorando pessoas – das mais diferentes áreas de formação e atividade, nível de experiência e posição hierárquica – em momentos importantes da vida profissional. É consultora em empresas de vários portes e segmentos, com trabalho direcionado a Treinamento, Desenvolvimento e Melhoria de Performance de Pessoas. Conheça mais em: http://www.enisantos.com.br/.
Leia também – Qual a importância do Fit Cultural?