Assédio sexual no trabalho é uma realidade que precisa ser combatida, esse é o tema do artigo de hoje, escrito por Kelly Stak.
A maioria dos profissionais já viram ou ouviram relatos de seus colegas, sobre o assédio sexual no trabalho.
Infelizmente o assédio sexual em ambientes profissionais é algo antigo e muito comum. A maioria dos profissionais já viram ou ouviram relatos de seus colegas. Felizmente a imprensa tem noticiado mais o assunto e algumas vítimas se enchem de coragem para denunciar, ainda que não seja algo fácil de se fazer.
Além da exposição do caso ser constrangedor, para entrar na justiça a vítima precisa se expor, ter provas ou testemunhas. Convenhamos, porém, que é muito difícil a vítima registrar seu próprio assédio e na maioria das vezes não há testemunhas.
O assédio sexual pode existir de várias formar, com avanços sexuais não aceitáveis e não requeridos, através de contatos verbais ou físicos, que criam uma atmosfera ofensiva, vexatória, humilhante, hostil e de subordinação.
Assédio sexual na empresa: Dois tipos
Classificados em dois tipos, esse comportamento sexual pode se apresentar em forma de chantagem, que vem com coação em troca de benefícios, ascensão ou afim de manutenção da carreira; ou intimidação, onde não há ameaças, mas há abordagens grosseiras com ofensas, disfarçadas de “brincadeiras”, e propostas inadequadas, que constrangem e amedrontam.
Em ambientes profissionais, a maioria dos casos deste tipo, envolve uma relação de poder, onde líderes utilizam de suas autoridades de forma errada, provocando algumas vezes o bloqueio a denúncias.
O assediado logicamente deve procurar o departamento pessoal ou ouvidoria da companhia, porém muitas vezes esses departamentos estão debaixo da hierarquia dos próprios abusadores, o que torna a queixa sem resultado e, o pior, a pessoa cair no descrédito.
Como profissional de RH, lamentavelmente já vi muitas pessoas serem desacreditadas e desligadas após a denúncia de assédio sexual, algumas vezes feita pelos próprios executivos das companhias.
Entrar na justiça contra a própria empresa onde trabalha não é habitual. Então, as vítimas acabam se desligando das empresas antes de procurar seus direitos na justiça ou em denúncias feitas a sindicatos ou órgãos regulamentadores da área onde atua.
Assédio sexual na empresa: Em busca da justiça
E a busca ao que lhe é direito (a justiça) acaba sendo uma saga, pois além de representar traumas psicológicos e mentais, pode também representar prejuízos financeiros, pois será necessário abandonar seu trabalho, arcar com gastos com advogados e as constrangedoras idas a audiências.
Além disso, as vítimas acabam sendo acusadas pelo próprio abuso que sofreram.
Mesmo com toda as dificuldades e preconceitos existentes em relação a esse assunto, as mulheres precisam entender o que é assédio, compreender que é crime e ir atrás dos seus direitos.
Isso contribui para que outras pessoas que foram vítimas se sintam encorajadas a denunciar; atraia os olhares do Ministério Público do Trabalho ao assunto; leve as empresas e a sociedade a mudarem a postura “machista” que tenta subjugar a mulher como profissional.
Um dos grandes erros das empresas é que o líder que comete assédio sexual com as profissionais com quem trabalha, normalmente são tratados apenas como inconsequentes, que teve um deslize cometendo um “erro”, e não como alguém que praticou um crime. Isso gera impunidade e acaba alimentando os acontecimentos.
As empresas podem e devem prevenir o abuso sexual educando seus profissionais e colaboradores; criando ouvidorias com profissionais especializados; elaborando uma política sobre o assunto, com consequências para os abusadores (em posição de liderança ou não); ao invés de esconder, também deve resolver os conflitos existentes, realocando a vítima e punindo o culpado; lembrando que quanto mais falar sobre o assunto, mais esclarecerá e impedirá assédios dentro da companhia.
*Kelly Stak, que é consultora de RH e especialista em desenvolvimento de pessoas.
Assédio sexual na empresa: Sobre Kelly Stak
Kelly Stak é uma consultora de RH, especialista em desenvolvimento de pessoas e autora do livro Rótulos Não me Definem. Atuando como Consultora de Recursos Humanos, a profissional possui experiência de 15 anos na implantação de projetos e desenvolvimento de equipes.
Coordenando a concepções de mapeamento de processos, com conhecimentos nas rotinas de Departamento Pessoal, Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Cargos e Salários.
Como consultora, ela atende líderes e pessoas que desejam alcançar alta performance nos seus objetivos profissionais. Ela é graduada em Gestão de Pessoas e pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas, tendo como formações complementares: Coaching, Analista Comportamental, Avaliação 360º pelo Instituto Brasileiro de Coaching; Gestão da Inovação pela ABIT com parceira com a Pierachiani e Instrutora de Treinamento pelo SENAI de São Paulo.
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