Diversidade não basta: resultado também depende de abertura ao contraditório

Diversidade de gênero

Diversidade não basta: resultado também depende de abertura ao contraditório, esse é o tema do artigo de hoje, escrito por Claudia Elisa Soares.

Diversidade de gênero traz resultado para o negócio. diversas pesquisas evidenciam isso, inclusive uma recente da McKinsey.

O relatório “Diversity wins”, publicado em maio deste ano, contou com entrevistas em mais de 1 mil grandes empresas em 15 países e chegou à conclusão que companhias com diversidade de gênero em suas equipes executivas têm 25% mais probabilidade de ter lucratividade acima da média. No caso de diversidade étnica esse percentual é ainda maior: 36%.

Por outro lado, o mesmo relatório mostra que ainda estamos longe do ideal. De acordo com o estudo, mais de 30% das empresas pesquisadas ainda não têm mulheres em suas equipes de líderes.

Já a representação de minorias étnicas na liderança dos negócios ouvidos é de apenas 14%. O que acontece, então? Se é tão evidente que diversidade traz resultado, por que tantas empresas ainda estão longe dessa realidade?

Diversidade de gênero: Apenas isso não basta

Acontece que a diversidade protocolar por si só não basta. As ações de diversidade precisam, necessariamente, estar inseridas em uma cultura de diversidade, para que as coisas realmente mudem para melhor.

Vamos pensar na formação de um Conselho Administrativo? A presença de pessoas diversas é essencial para a profundidade e a riqueza do que será discutido. Acredite: a diversidade de vivências, opiniões e perspectivas ditará a qualidade desse Conselho. Mas, de nada adiantará a presença de pessoas diversas se não houver um ambiente de confiança mútua e de abertura ao contraditório.

É isso que podemos chamar de cultura! Um Conselho diverso é aquele que tem pessoas com diferentes expertises e mindsets, mas também membros com capacidade de realizar um debate aberto. É aquele onde Conselheiros aceitam ser desafiados intelectualmente, não têm medo das discordâncias e questionam a si mesmos sobre “possíveis vieses” que trazem em suas bagagens.

Diversidade de gênero: No conselho

Um Conselho verdadeiramente diverso tem mulheres, homens, brancos, negros, idosos, jovens que querem chegar a um consenso no fim, mas antes disso não correm do contraditório, das polêmicas ou das perguntas difíceis. Eles têm coragem de “destoar” e não estão interessados no “efeito manada” da concordância.

Precisamos urgentemente pensar na diversidade das lideranças das nossas empresas. Mas igualmente urgente é a necessidade de cultivar um ambiente aberto, de confiança e admiração mútua. Quando construirmos uma cultura que realmente respeita e aprecia o diverso, aí sim, teremos resultados espetaculares para exibir.

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