Uma das mudanças trazidas pela pandemia da Covid-19 foi a alteração na rotina de trabalho das pessoas.
As empresas tiveram que se readaptar, incluindo medidas para favorecer o distanciamento social dos seus colaboradores, como por exemplo, o home office em determinados setores.
Segundo a pesquisa Gestão de Pessoas na Crise Covid-19, elaborada pela Fundação Instituto de Administração (FIA), o home office foi adotado por 46% das empresas brasileiras em algum momento da pandemia, sejam elas de grande, médio ou pequeno porte.
Esse percentual ainda considerou casos em que apenas parte dos profissionais passou a trabalhar diretamente de casa. Os setores de serviços, com trabalhos administrativos e corporativos, tecnologia e finanças, foram os que mais aderiram à prática.
Atento a ergonomia: A pesquisa
Em novembro de 2020, segundo a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad Covid) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 7 milhões de brasileiros estavam trabalhando em regime de home office. É uma nova realidade, que traz consigo mudanças importantes para a vida de pessoas que estão executando suas tarefas remotamente.
Antes acostumados às cadeiras e mesas do escritório, ambiente geralmente confortável e desenvolvido conforme os princípios ergonômicos, os trabalhadores passaram, de uma hora para outra, a ter que arrumar um lugar em casa para continuar exercendo as mesmas funções, mas sem a mesma estrutura.
Figuram entre os principais problemas enfrentados durante o home office a falta de uma boa iluminação, a ausência de um cômodo tranquilo e silencioso, mesa e cadeira fora dos padrões laborais. O resultado disso não poderia ser outro: a má postura. E junto dela todas as suas consequências, como dores e desconfortos.
Atento a ergonomia: Má postura e dores por todo o corpo
A falta de um espaço ideal para o trabalho gera problemas de ergonomia. Isso, consequentemente, reflete em dores na região lombar e cervical. Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), entre as principais causas estão a má postura e posições laborais incorretas.
No home office isso acaba acontecendo pois muitas pessoas ficam sentadas durante horas em cadeiras baixas ou alta demais. As mesas, por sua vez, não ficam em uma altura adequada. Outro agravante do problema ocorre pois muitos acabam preferindo a comodidade de realizar seu trabalho sentado no sofá ou na cama.
Atento a ergonomia: Diminuindo a rotina de exercícios
O fato de o trabalho ser em casa também diminuiu a rotina de exercícios físicos. O trabalhador, que antes se deslocava a pé para o trabalho, ou mesmo até o ponto de ônibus ou à garagem, costumava circular pela empresa, subindo e descendo escadas, agora caminha o mínimo possível.
Além das dores nas costas e no pescoço, ombros, braços e pernas podem sofrer com a má postura. Somado ao estresse já causado pela pandemia, aumenta a sensação de cansaço e ainda prejudica a produtividade.
Se os desconfortos persistirem por mais de três dias, um médico deve ser consultado. Em alguns casos, o tratamento pode ser à base de medicamentos, mudança na postura e a prática de alguns exercícios. Situações mais graves, no entanto, podem demandar exames mais detalhados, como uma ressonância magnética da coluna lombar e uma ressonância magnética da coluna cervical.
Atento a ergonomia: Exames de imagem detectam problemas
A ressonância magnética da coluna lombar, parte final inferior das costas, serve para identificar possíveis patologias na região, como doenças infecciosas, degenerativas e inflamatórias, além de tumores e traumas. O exame tem imagens de alta qualidade e não utiliza radiação.
Já a ressonância magnética da coluna cervical analisa a porção da coluna localizada da base do crânio até o pescoço. O exame também não tem radiação e detecta problemas nas vértebras como hérnia de disco, desgastes e degeneração das articulações, fraturas, deslocamentos e trauma, bem como inflamações e tumores.
Atento a ergonomia: Como melhorar a postura no home office
Não são precisos grandes investimentos para moldar um ambiente caseiro em um home office ergonomicamente favorável. As mesas, em geral, devem ter 70 centímetros de altura. O ideal é que os cotovelos fiquem flexionados e os antebraços apresentarem um ângulo de 90 graus.
O profissional também deve procurar sentar-se com os pés apoiados totalmente no chão, o que distribui melhor o peso e evita que a carga vá toda para a lombar. Se não for possível, deve-se improvisar um apoio para os pés.
A tela do computador tem que estar na altura dos olhos da pessoa – notebooks exigem atenção especial, pois tendem a ficar mais baixos, o que força o pescoço sempre para baixo. Para evitar que isso aconteça, vale investir em suportes que levantam o notebook e projetam a tela de modo que a pessoa consiga manter uma postura reta, sentada na cadeira.
É indicado, ainda, fazer algumas pausas no trabalho para movimentar o corpo a cada duas horas de trabalho, fazendo leve caminhadas pela casa, que podem durar de cinco a dez minutos.
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