LinkedIn revela ranking de profissões em alta no pós-pandemia, como engenheiro de dados, desenvolvedor back-end e redator SEO.
De acordo com uma pesquisa recente do LinkedIn sobre as 25 profissões que mais crescem no Brasil, os avanços tecnológicos e a mudança na cultura do trabalho no pós pandemia impulsionaram muitas atividades ligadas à tecnologia.
O levantamento, que calculou a taxa de crescimento de cada função com base nos empregos iniciados por usuários da plataforma nos últimos cinco anos, do dia 1º de janeiro de 2018 a 31 de julho de 2022, revela que entre os cargos mais populares estão aqueles relacionados à engenharia de dados, cibersegurança, experiência do usuário, confiabilidade de sites e SEO.
Além de muitas oportunidades, o cenário traz também desafios, tanto para os profissionais quanto as empresas. Diante das novas necessidades do mercado, os executivos das áreas acreditam que os pontos-chave para conquistar e se manter nesses cargos são a atualização constante e a flexibilidade.
Cirdes Henrique, CTO e co-fundador da Linkana, primeira fundação de dados de fornecedores compartilhada do Brasil, conta que, nos últimos anos, seu setor se fortaleceu a partir da necessidade das empresas coletarem e entenderem cada vez melhor as informações internas e externas dos ambientes em que estão inseridas.
“Muitas pessoas acreditam que estamos vivendo a ‘era dos dados’, superando os grandes períodos em que os principais recursos de valor eram insumos como ouro ou petróleo. Com isso, cada vez mais empresas têm investido em entender melhor as informações internas e externas, críticas às operações de suas organizações, desenvolvendo aplicações para coletar, sanear e analisar dados de forma eficiente. Assim, vemos a ascensão da função de engenheiro de dados, principal responsável por garantir que essas novas arquiteturas parem em pé e funcionem da maneira correta”, explica Henrique.
LinkedIn revela ranking de profissões: tecnologia e inovação
De acordo com o estudo da rede social corporativa, as cidades brasileiras que mais contratam engenheiros de dados são Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, com 58,5% das vagas disponíveis também para atuação remota. Na Linkana, que tem sede na capital paulista, a função de engenheiro de dados foi criada há apenas dois anos e, hoje, representa mais da metade do time de tecnologia da empresa. Segundo o CTO, que atua no mercado há duas décadas, as mudanças no setor de tecnologia democratizaram os custos de contratação deste tipo de função.
“Há dois anos, trabalhar com dados era algo possível apenas para grandes corporações e exércitos de consultores externos. Hoje eu consigo concorrer com tais estruturas com um time de tecnologia com poucas pessoas e custos marginais de criação e manutenção de infraestrutura. Acredito que a consolidação das grandes soluções de dados irão abrir caminho para aplicações de Inteligência Artificial (AI). O ChatGPT foi um exemplo recente do nível de sofisticação e potencial comercial dessas novas tecnologias e isso fará com que cada vez mais empresas invistam em sistemas e profissionais com skills alinhadas a esse novo futuro”, analisa Cirdes Henrique.
Outros setores, como o financeiro, também viram suas estruturas mudarem. João Augusto Silva de Barros é desenvolvedor back-end da Bankme, fintech de soluções de crédito simplificadas e pioneira na criação e operação de Mini Bancos. Ele iniciou na área em 2019 e durante quatro anos passou por especializações em Python, JavaScript e outras linguagens de programação, especializando-se na área.
“Acredito que o aumento da demanda por tecnologia nas empresas durante a pandemia, assim como a criação de novas startups e soluções online, possibilitou a ascensão dos desenvolvedores de forma geral, incluindo os back-end. Agora, mesmo ainda em alta, esses cargos tendem a crescer a uma velocidade menor do que vimos naquele período e, para se manter competitivo no mercado, é necessária constante atualização”, diz Barros.
Apesar de São Paulo e Curitiba também serem as cidades com mais contratações de desenvolvedores back-end, Belo Horizonte passa a integrar o ranking, que ainda tem maior possibilidade de atuação remota, com 68,3% das vagas sendo destinadas para esse regime de contratação. “Uma tendência para o mercado de desenvolvedores brasileiros é a atuação remota em empresas do exterior, pois a qualidade dos profissionais do país é alta”, pontua o executivo da Bankme.
A Fintech, criada em 2020 na cidade de Londrina, Paraná, e reconhecida como um dos negócios mais promissores do ecossistema de inovação pelo ranking 100 Startups to Watch 2022, ainda conta com Redator SEO para impulsionar os negócios. Lucas da Rocha se formou publicitário e acumula seis anos de experiência. Segundo ele, saber escrever sobre qualquer assunto é apenas a base de um profissional que deseja crescer na área.
“Na minha opinião, o motivo dessa função estar em alta no Brasil é a capacidade do redator SEO de conquistar vendas de maneira orgânica, pois um SEO bem otimizado pode acelerar a atração de visitantes para site, blog, páginas de venda ou até mesmo canais de Youtube de determinada empresa. Também tem o lado de trabalhar o reconhecimento da marca, tornando-a uma referência no segmento em que atua. Esses dois aspectos podem potencializar os resultados de qualquer empresa, mas fazer isso sem um redator que conheça as melhores técnicas para destacar o negócio da concorrência nos mecanismos de pesquisa é muito mais difícil. Um ótimo conteúdo, por si só, não basta”, pontua o Redator SEO da Bankme.
Como tendência futura, o profissional destaca o alinhamento entre técnicas de SEO e UX Writing, que é um modelo de escrita estratégica aplicada em interfaces e produtos digitais.
“Essa combinação pode ser poderosa para colocar o ambiente virtual de uma companhia cada vez mais em destaque, com a junção do texto especializado com uma arquitetura que oferece uma experiência de usuário favorável e dinâmica. Além do mais, acredito que o SEO voltado para inteligências artificiais também terá grande destaque nos próximos tempos. Esse conceito vai movimentar muito o mercado, impactando até os profissionais mais experientes, que terão que se adaptar para trabalhar com essa nova mecânica que está evoluindo a passos largos”, finaliza Lucas da Rocha.
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