O líder inclusivo, esse é o tema do artigo de hoje, escrito por Letícia Rodrigues.
Você é um líder inclusivo? Sempre que faço essa pergunta nos meus treinamentos surge uma surpresa curiosa nos participantes, até nos executivos mais experientes.
A sensação é que, até aquele momento, nenhum deles tinha imaginado que diversidade e inclusão tinham a ver com o próprio comportamento, especialmente com o agir deles à frente de organizações, o que, infelizmente, é até compreensível.
Muitas empresas ainda veem diversidade e inclusão como metas para as quais basta haver ações estruturadas no sentido de ampliar a contratação de pessoas diversas e mantê-las na organização para que elas sejam consideradas diversas e inclusivas.
Nesse processo, extremamente importante, diga-se, o comportamento e as ideias do líder sobre a diversidade e inclusão pouco importariam, desde que ele, evidentemente, não atrapalhasse.
Bom, já há alguns anos atuando como consultora dessa área, posso afirmar com segurança que a jornada de diversidade e inclusão da organização coincide com a de seu líder maior. Simplesmente não se fazem empresas inclusivas sem líderes com essa característica.
O líder inclusivo: Diversidade e inclusão
A razão é que diversidade e inclusão são construções que se perpetuam no tempo à força da prática constante e da coerência, sendo, portanto, um exercício coletivo da organização, lastreado no exemplo de seu CEO.
Sem um líder que compreenda o que é diversidade e inclusão e que faça delas uma prática diária e pessoal, o restante da empresa não se propõe a ser mais diverso e inclusivo da forma necessária. Ainda que existam ações nesse sentido, sem o comprometimento do líder, as iniciativas perdem substância no tempo, até que todos acabam por perceber a falta de um esforço genuíno para se incluir pessoas diversas, reduzindo-se o empenho a uma “diversidade para inglês ver”.
O líder inclusivo: Ações de diversidade
Reforço esse ponto porque muitas empresas ainda fazem ações de diversidade e inclusão por pressões externas da sociedade, da concorrência, dos clientes, mas não pelo motivo certo, que é a responsabilidade própria (e por extensão de suas lideranças) de contribuir ativamente para a redução das desigualdades.
Aliado a isso, dado que diversidade e inclusão estão claramente ligados à sustentabilidade futura do negócio (empresas diversas são mais rentáveis, inovadoras e alcançam mais consumidores), então arrisco a dizer que muito em breve o líder não-inclusivo corre o sério risco de ficar fora do mercado.
A boa notícia é que é possível aprender a ser inclusivo. O primeiro passo é compreender os vieses inconscientes que guiam o agir do líder, entendendo que vieses temos todos e eles não são ruins por definição, mas, sim, podem levar a decisões excludentes.
O líder inclusivo: Um exemplo clássico
Um exemplo clássico é a exigência de inglês fluente na contratação de estagiários que não vão se comunicar com estrangeiros pela crença de que a exigência vai permitir selecionar os melhores, quando na verdade se pode aprender o idioma mais tarde.
Além de conhecer as crenças excludentes que tem em si, o líder que se proponha inclusivo precisa expandir a própria zona de conforto (isso mesmo, não é sair da zona de conforto, é expandir). E para que isso aconteça, por vezes, expor as próprias vulnerabilidades e o desconhecimento sobre certos temas é necessário.
Perguntas como o que é uma pessoa trans, que dificuldades uma pessoa com deficiência enfrenta, o que é branquitude e negritude, o que é lugar de fala, todas elas são de fato desafiadoras. Quando o líder assume o lugar de quem está aprendendo, certamente vai potencializar em sua empresa um debate qualificado sobre sobre as ações de inclusão nela em curso.
O líder inclusivo: Esforço para a expansão
Assim, é muito importante o esforço de expandir o próprio letramento nesses temas e se expor a novos conteúdos e realidades. Nos meus treinamentos de liderança inclusiva muitos executivos me perguntam como fazer isso e o que respondo é: converse e conviva com pessoas diferentes de você.
Pratique a escuta ativa, leia autores que normalmente não leria, veja filmes que não assistiria, e até siga perfis de influenciadores que podem lhe oferecer uma perspectiva diferente da vida.
Você pode expandir sua zona de conforto assim e, inevitavelmente, vai adquirir repertório capaz de estabelecer pontes seja com pessoas diversas ou com outras realidades, o que, sem dúvida, é papel de um líder.
O líder que se lança nesse processo também passa a perceber como certos ambientes são excludentes. O “teste de pescoço” revela facilmente quem está faltando nos restaurantes, nas escolas, academias, até na própria empresa ou no próprio círculo de amizade.
O líder inclusivo: Exercício diário
O líder que se dispõe a ser inclusivo precisa fazer um exercício diário para ver quem não está presente na sua organização, criar ações para incluí-las e, principalmente, prestar atenção em quem já está presente mas não tem sua voz ouvida e valorizada.
Diversidade e inclusão é sobre incluir no processo decisório perspectivas de pessoas com origens diferentes. Se as decisões representam só a posição de um determinado grupo, então elas não expressam a essência de uma empresa inclusiva.
Por fim, diversidade e inclusão, na perspectiva de um exercício diário, acaba por ser um compromisso pessoal do líder, que, quando levado a sério, reverbera por toda empresa à força da autoridade e da credibilidade de quem age com coerência e pode exigir de seus liderados o mesmo compromisso.
Diversidade e inclusão são esforços contínuos. O exemplo de um líder inclusivo comprometido com essas causas é condição essencial para se fazer uma empresa em que a inclusão é de fato levada a sério.
O líder inclusivo: Sobre Letícia Rodrigues
Letícia Rodrigues é consultora especializada em diversidade e inclusão e sócia-fundadora da consultoria Tree Diversidade.
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