Gerir equipes é se esforçar por ela

gerir equipes

Gerir equipes de forma eficiente é o tema do artigo de hoje, escrito por Roberta Gemente.

São conhecidas muitas técnicas e manuais para auxiliar ou até mesmo ensinar gestores a atuar perante sua equipe e assim obter resultados.

Para além de reconhecer a utilidade e eficiência destes materiais acredito que existe um elemento adicional e essencial para que aconteça uma boa liderança, traduzido em um esforço e postura singular de cada profissional que ocupa uma posição de liderança por sua equipe.

Mas no que consiste este esforço capaz de fazer a diferença e transformar ambientes de trabalhos?

Durante minha carreira como gestora de departamentos jurídicos passei por diversos estágios de posturas e a cada experiência buscava refinar minhas práticas. De um momento focado puramente na obtenção de resultados materiais passei a observar e me preocupar cada vez mais com cada indivíduo da equipe.

Isto porque é absolutamente verdadeira a frase que gente feliz trabalha melhor e contribui para um meio ambiente laboral mais saudável.

Gerir equipes: muito além de atribuições técnicas

Com isto quero dizer que para muito além do olhar de efetividade sobre prazos cumpridos, cadastros realizados, pesquisas entregues iniciei um processo para entender cada pessoa que comigo trabalhava! Entender suas habilidades, compreender seus limites, averiguar como poderia contar com cada um, seus mecanismos de assimilarem uma solicitação, adequar pares de trabalho, as soft skills de cada um, dentre muitos outros elementos.

Para que isto pudesse ocorrer passei a dedicar parte de meu tempo me esforçando por cada um de meu time. Quando digo me esforçar pelo time quero dizer prestar atenção em cada pessoa não apenas no ambiente de trabalho, mas conhecê-los numa dimensão macro.

Isto não necessariamente quer dizer uma aproximação no âmbito pessoal, embora possa ocorrer, mas entender que as pessoas existem para além do trabalho, não são apenas parte de um processo produtivo e que uma dose equilibrada de empatia do gestor e empenho pessoal para que novas habilidades sejam desenvolvidas transforma positivamente o ambiente de trabalho.

Importante se tem em mente que esta postura não é sinônimo de permissividade ou condescendência; ao contrário, ela buscará excelência num ambiente harmônico de trabalho.

Gerir equipes e evitar frustrações

Não foram poucas as entrevistas empolgantes que implicaram em contratações cuja rotina de trabalho trouxeram frustração. Era nítida a mudança de comportamento entre o instante em que se buscava a vaga e todos aqueles que se sucederam na missão de permanecer na posição.

Inevitável o questionamento: eu errei? o candidato interpretou? O que houve de errado?

Muitas vezes a resposta é sim, sim e provavelmente faltou atenção a algum detalhe ou foram aplicados os métodos inadequados.

Contudo, acredito que em número muito maior de vezes o que acontece é que a rotina de trabalho pode assustar ou deixar inseguro de suas habilidades, um novo ambiente pode deixar o profissional deslocado e há que se conceder tempo e empenho por parte do gestor para que esse membro da equipe seja resgatado.

Sim, resgatado porque as pessoas constantemente precisam de ajuda não sabem pedir ou temem pedi-la.

Por qual meio isto pode ser realizado? Pelo famoso feedback respeitoso e sem qualquer cunho de pressão ou ameaça. Com clareza de que o resultado precisa ser perseguido que há a convicção de que aquela pessoa corresponde ao agente que é necessário para que isto ocorra, mas que os ponteiros precisam ser acertados.

O mais importante é evidenciar que esse “acertar de ponteiros” é um tempo normal e esperado para que haja a total adequação do profissional à equipe. É um período de empenho de que ingressa e de compreensão estudada de quem já compõe o time.

Na medida em que você reconhece os potenciais de sua equipe, busca formas personalizadas de incentivar a evolução de cada um, demonstra atenção verdadeira à situação de cada um, atuará perante os proprietários ou diretores em busca de um justo equilíbrio entre obrigações e resultados, sua equipe trabalhará por você e fará isto com vontade e dedicação.

Líderes flexíveis e entregues à equipe

Neste período de pandemia no qual as relações de trabalho vêm sendo humanizadas a compreensão acima mencionada vem ganhando muito espaço e deixando escancarada o quanto se faz útil para as relações.

As reuniões passaram a sofrer visitas de filhos, animais de estimação, interfones, etc. O imprevisto passa a fazer parte do cotidiano e todos estamos nos saindo bem! Tanto o é que são diversas as matérias publicadas no sentido de que as empresas pensam em adotar o home office com o término do isolamento social.

Esta é uma comprovação material de que a gestão flexível, atenta, respeitosa e sensível permite resultados de excelência pois surge em todos o sendo de real pertencimento a um ambiente de trabalho. Um colaborador deixa de ser ver apenas como uma peça dentre da empresa e passa a se enxergar como um elemento essencial para prestação de serviço.

Assim, a partir das minhas experiências de gestão de equipes, inclusive multidisciplinares, asseguro que o nível de dedicação, comprometimento, harmonia e resultados de sua equipe serão diretamente proporcionais ao esforço dedicado a esta.

Não existe mágica e a assertividade do gestor há que se fazer presente. Desinteresses e descompassos inconciliáveis do time precisam ser corrigidos, isto é fato.

Porém, afirmo: entregue-se à sua equipe e ela te retornará com resultados para além da excelência.

Tudo esta postura começa com uma decisão interna e mudança gradativa do comportamento do gestor. Num curso espaço de tempo as mudanças nas pessoas serão perceptíveis e no mesmo instante os resultados melhorados igualmente serão vistos.