O que não fazer em uma entrevista de emprego: 5 Erros mais comuns

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Você é um daqueles que pulou as sete ondas do mar na virada do ano e, em uma delas, desejou um novo emprego? Estamos aqui para ajudar você a realizar esse sonho. Então, vamos falar sobre o que não fazer em uma entrevista de emprego?

Então, após acompanhar nossa série de Como Montar um Currículo, chegou o tão esperado convite para participar de uma entrevista de emprego? Muitos candidatos encaram esse momento como aquele em que você só precisa falar sobre você mesmo profissionalmente. E, portanto, não é necessária nenhuma preparação. E esse é um dos fatores que tira a oportunidade de se conquistar um novo emprego.

Uma entrevista é uma reunião estratégica. E o momento em que você deve se posicionar de forma a persuadir o recrutador de que você é o candidato ideal. Adicionalmente, é um momento para conhecer mais sobre a empresa e perceber se a contratação também é ideal para seu momento na carreira.

Para ambos propósitos, o discurso precisa ser pensado anteriormente. Já vi profissionais dizerem “na entrevistar eu me viro” e serem desclassificados sem entender o motivo. Não existe isso de se virar, uma entrevista precisa de preparação.

Conversamos com a Monique Cipriano, team leader de atração e retenção da Printi, para discutir os principais erros na entrevista de emprego.

Erro 1: Energia ruim

De acordo com Monique, um dos principais erros na entrevista de emprego é a energia ruim. Mostrar-se disposto e feliz no processo seletivo pode revelar muito sobre a sua personalidade.

“É como um primeiro encontro, que você quer passar uma boa impressão. Passar um ar de simpatia, de solicitude, de estar confortável e do quanto você estava almejando aquele momento. Então, a energia vai ser o primeiro impacto”, afirma a team leader. Ela esclarece que uma energia positiva causa mais curiosidade nos recrutadores para conhecer os candidatos.

E no caso de existirem dois candidatos com o mesmo perfil, a energia pode ser essencial para o desempate. Isso faz total sentido quando observamos a tendência que se intensificou em 2018 e pretende se manter nesse novo ano. A contratação por fatores comportamentais ou soft skills. As empresas estão enxergando essas habilidades como mais importantes do que as técnicas.

O comportamento dentro da empresa tem tamanha importância que hoje cerca de 90% das demissões ocorrem por alguma deficiência de conduta e não por falta de conhecimento na área, por exemplo.

Importante lembrar que o recrutador está em busca de uma pessoa para integrar o seu time, então a postura será um dos principais requisitos.

Erro 2: Não se preparar

Já discutimos esse erro e também temos constantemente alertado sobre o impacto da falta de preparação nas entrevistas de emprego.

“Esse erro é muito corriqueiro. Quando você vai se posicionar em uma entrevista, você precisa primeiramente entender porque você está ali. Se o contexto da empresa faz sentido para você e o quanto você pode agregar para o negócio”, destaca Monique. Ela explica que para entender sobre isso, é importante estudar sobre a empresa antes para saber sua identidade e quais projetos ela possui para os próximos anos, por exemplo.

Entender sobre a empresa vai interferir no seu traje, na sua linguagem e, mais importante, no seu futuro profissional caso você seja contratado.

Primeiramente, entenda do seu perfil, o que o motivou, como você pretende estar daqui alguns anos e qual estilo de equipe e empresa você se relaciona melhor. Se você é mais imediatista e informal, por exemplo, talvez sinta dificuldade em uma carreira em banco, por exemplo. Se gosta muito de processos e organização, há grandes chances de não ser feliz em uma startup.

Fontes para estudar mais sobre a empresa não faltam. Além do site, busque informações nas redes sociais como Facebook e Linkedin, que irão te mostrar sobre linguagem da empresa, projetos que ela apoia e até fotos. O Love Monday também traz opiniões sobre como é trabalhar em diversas empresas.

Com o conhecimento dessas informações, você poderá elaborar o seu discurso de modo a expressar o que tem mais relação com o perfil da empresa.

Erro 3: Prolixidade / Falar pouco

Não basta você estudar muito sobre a empresa e o seu perfil. É importante elaborar o discurso. De que forma você irá contar sua trajetória profissional e explicar sobre suas experiências profissionais? Isso não deve ser natural, mais uma vez destacamos a importância de se preparar previamente.

A prolixidade é a dificuldade de sintetizar o pensamento. Na prática, significa falar em demasiado de forma não objetiva. O resultado disso é uma conversa cansativa, em que não se chega em nenhuma conclusão.

“A prolixidade não permite que a pessoa seja objetiva a ponto de passar o conteúdo que ela precisa passar e ser clara. Então, é importante você entender que você precisa ser detalhista em alguns aspectos, quando se fala de projeto e dos resultados por exemplo. Mas é preciso bom senso”, pontua Monique. Ela adiciona que é necessário analisar quais informações são importantes serem esclarecidas na entrevista e cortar o que é irrelevante.

Na outra ponta, o excesso de objetividade pode deixar a conversa com o recrutador pobre em informações.

“Tem aqueles candidatos que se posicionam de forma mais tímida, e isso não permite que a gente tenha uma avaliação completa dele. Então, o equilíbrio entre os dois lados é o ideal”, explica a team leader.

Esse desiquilíbrio no discurso é bastante perceptível quando se é perguntado. Você poderia falar mais sobre você? Já presenciei candidatos que se perdem no excesso de informações. Contam sua trajetória de vida inteira, o nome do cachorro e até problemas pessoais. E já vi casos de pessoas que falam o seu nome completo, onde estudou e onde trabalha apenas. Em ambos os casos, o problema é um só: falta de organização no discurso.

Monte o discurso previamente

Como essa é uma das principais perguntas feitas em uma entrevista de emprego, é importante pensar previamente como você se posicionará. Escreva os principais pontos que você quer falar para o recrutador e depois leia com atenção para analisar a relevância de cada um deles. Uma dica é gravar esse discurso e depois ver quanto tempo de duração você precisa. Geralmente, em casos de entrevista de processos de trainee e estágio, são permitidos cerca de dois minutos para sua apresentação. Em outras situações, um minuto é suficiente.

Monique explica que o recrutador pretende saber mais sobre o candidato além de suas atribuições profissionais. Portanto, vale falar sobre alguns hobbies, esportes, viagens que gosta de fazer e cursos. Sem deixar de falar da parte profissional, claro.

Erro na entrevista de emprego 4: Falar mal do chefe

Falar mal do chefe ou da empresa não vai pegar bem para você. Essa é uma postura um pouco antiética, desrespeitosa. O recrutador certamente acreditará que você terá o mesmo comportamento caso seja contratado.

Quando você fala mal do seu chefe, acaba jogando a conversa para um campo pessoal. E, é importante lembrar que a entrevista de emprego deve ser tratada com objetividade e profissionalismo.

A Monique ressalta que já ouviu muitos candidatos reclamarem de seus chefes para justificar suas motivações para saírem da empresa. E ela não aconselha essa abordagem. “Claro que a gente sabe que problemas com o chefe acontecem, mas isso não soa bem. Passa uma má impressão, um ar de uma pessoa mais reclamona que joga a culpa no chefe”, diz. Ela explica que os recrutadores sabem que o candidato não está satisfeito com o atual emprego. Mas é importante saber como dizer isso.

Uma dica importante nesses casos, segundo ela, é começar o discurso enfatizando os pontos positivos do atual emprego. “Você pode trazer esses pontos já com uma solução. Pode dizer que sua empresa tem uma característica e você pensa de outra forma, por exemplo”, explica.

E isso se aplica em casos de desligamento. Mesmo que você acredite que a sua demissão não tenha sido justa, não pega bem falar mal da empresa e não assumir nada de culpa nessa quebra de contrato.

Erro na entrevista de emprego 5: Mentir na entrevista

Esse é um dos principais erros na entrevista de emprego, com certeza. Já abordamos uma matéria sobre esse ponto. Mentir em uma entrevista pode ser crucial. Com o avanço de plataformas como o Linkedin, os eventos de integração de profissionais de RH e até por conta dos grupos de whatsapp entre recrutadores, a sua mentira pode ser descoberta facilmente.

A Monique destaca que muitos casos de mentira são perceptíveis apenas pelo tom de voz do candidato, que fica um pouco nervoso. Mas saber ao certo que o candidato mente é descoberto na busca por referências e até pelo mercado pequeno, em que muitos se conhecem.

“Isso pode comprometer o processo. Um dos casos mais comuns é o por que que ele foi desligado. O candidato diz que foi um corte, mas quando vamos atrás de referências vemos que não foi bem assim”, pontua Monique. E ela completa que, nesses casos, o mais importante é “ser verdadeiro. O que interessa é o que você aprendeu com aquele erro. Diga o que aconteceu e depois complemente com o que você tirou de lição disso”, aconselha.

Lembre-se que buscar referências é muito comum, então além de não mentir, busque manter relacionamentos saudáveis em todas as empresas em que você passar.

Ficou com alguma dúvida sobre erros na entrevista de emprego? Escreva pra gente!