Chegar a uma posição de liderança é o objetivo da maioria dos profissionais de qualquer área. Não apenas pelos salários – geralmente mais altos – que as empresas costumam oferecer a esses profissionais, como também pelo status que esse posto representa, o desafio de gerenciar tarefas e pessoas nos parece muito atraente.
Mas será que qualquer pessoa pode chegar ao patamar de líder? “A priori, qualquer pessoa saudável mental e emocionalmente pode se tornar um líder, pois a liderança é uma macrocompetência que se constrói a partir do desenvolvimento de várias microcompetências”, explica Juliana de Lacerda Camargo, especialista em desenvolvimento de líderes e organizações e sócia-fundadora da R122, uma empresa que atua com transformação de líderes e de organizações.
Líderes de nascença?
Muito se ouve falar sobre pessoas que, desde a infância, já apresentam características de liderança, por serem mais mandonas ou terem grande capacidade de convencer outras crianças a fazerem o que elas querem, por exemplo. Mas, segundo Juliana, essa análise superficial não basta para identificar um líder. “Por isso, ainda que alguém apresente, desde criança, algumas habilidades consideradas como típicas de líderes, é muito simplista dizer que a liderança é algo natural”.
Além disso, a profissional destaca o poder de aprendizado e aperfeiçoamento que – esse sim – é natural dos seres humanos. “A neurociência explica que o cérebro é capaz de se moldar funcional, estrutural e quimicamente, dependendo de nossas experiências e memórias, o que comprova a capacidade que temos de nos desenvolver ao longo de toda a vida”.
Como se tornar um bom líder?
Se essa é a sua ambição, é importante se perguntar: será que você tem as competências essenciais para ser um bom líder? “Talvez, mais importante do que identificar atributos necessários à liderança é saber se ser líder faz sentido para a pessoa, pois ela precisará se esforçar para desenvolver-se e crescer continuamente”.
Nesse sentido, cabe reforçar a importância de ser honesto consigo mesmo sobre seus desejos e expectativas, compreender o que se espera de um líder e fazer uma autoavaliação. “Essa é uma resposta que depende de muita sinceridade, mas claro que não é definitiva e pode mudar ao longo da vida”, destaca Juliana. Ou seja, pergunte-se, primeiramente, por que você deseja ser líder. Será que essa será a melhor forma de colocar seus potenciais em ação? Se chegar à conclusão de que realmente faz sentido assumir as responsabilidades que um cargo de liderança exige, vale a pena fazer uma reflexão profunda e franca sobre suas competências e habilidades e comparar aos aspectos fundamentais que um líder deve ter. Feito isso, o próximo passo é buscar o desenvolvimento das competências que te faltam.
Competências de líder
Independentemente do estilo de liderança – que poderá variar de acordo com questões culturais, metas e até com o momento que o indivíduo e a organização estão – há competências que poderão ser exigidas do líder em muitos momentos do dia a dia. Juliana enumera as principais:
Autoconhecimento: compreensão profunda das próprias forças e dos aspectos que precisam ser trabalhados;
Autogestão: capacidade de reconhecer e de lidar com os próprios desafios internos para manter-se focado nos objetivos da organização;
Leitura de pessoas: habilidade de enxergar – mesmo que por meio de linguagem não-verbal – os pontos fortes e as dificuldades dos membros de sua equipe;
Persuasão: poder de convencer, inspirar e defender seus projetos e sua equipe;
Comunicação: cuidado na clareza das mensagens transmitidas aos liderados e capacidade de ouvi-los;
Criatividade: interesse de buscar soluções novas e ousadas para os desafios que se apresentam;
Planejamento: capacidade de antecipar situações e de desenhar planos para resolvê-las de forma a minimizar transtornos;
Organização: criação de fluxos eficientes de trabalho, gerenciando o tempo e mantendo as informações armazenadas de forma ordenada para fácil consulta posterior;
Tomada de decisão: assertividade para tomar decisões – mesmo que difíceis – com o máximo de proveito para todos e para o resultado da organização;
Resolução de problemas: habilidade de analisar situações de maneira racional e intuitiva, identificando novas formas de se chegar aos resultados desejados.
De acordo com Juliana, esses podem ser bons pontos de partida para uma análise do próprio desenvolvimento, que levará em conta as competências que já estão fortes e as que merecem mais atenção por parte do futuro líder. ”Mas, acima de todas essas, a mais importante competência que um líder precisa ter é a capacidade e o interesse de aprender continuamente, o que envolve humildade e vulnerabilidade”, ela complementa.
Comece agora mesmo!
Quer conhecer as 22 competências mais exigidas dos líderes? Clique aqui e faça sua autoavaliação com a ajuda da ferramenta de competências de liderança elaborada pela R122. Anote em um papel como você considera que está o seu desenvolvimento em cada uma delas: F (forte), M (média) ou D (a desenvolver) e mãos à obra!