Dados do LinkedIn apontam que o trabalho remoto já ultrapassou seu pico

incerteza econômica ameaça flexibilidade

Incerteza econômica ameaça flexibilidade e liberdade conquistada no ambiente de trabalho durante a pandemia.

À medida que as incertezas econômicas se acumulam, a flexibilidade e a liberdade conquistadas durante a pandemia – que tanto beneficiaram os funcionários – estão agora em risco. De acordo com uma nova pesquisa global do LinkedIn, maior rede social profissional do mundo, realizada com executivos C-Level, o cenário atual no Brasil está forçando as empresas a retrocederem o progresso em áreas importantes da vida profissional, como trabalho flexível (82%), desenvolvimento de habilidades (88%) e bem-estar (88%).

Isso ocorre quando uma nova análise de postagens de empregos no LinkedIn mostra que as funções remotas estão em declínio globalmente. Nos EUA, por exemplo, antes da pandemia apenas 2% dos empregos no LinkedIn eram listados como remotos. Esse número atingiu quase 20% em abril de 2022 e agora voltou para 15%. Isso reflete uma tendência que estamos vendo em países ao redor do mundo e é um provável sinal de que o trabalho remoto já atingiu o seu pico e agora os empregadores desejam ver os funcionários de volta ao escritório.

Desconexão entre empregador e empregado

O estudo do LinkedIn com mais de 2.900 executivos C-Level de grandes organizações em todo o mundo, sendo 250 do Brasil,  e os dados de empregos da plataforma destacam uma crescente desconexão entre o que os profissionais desejam e o que as empresas estão oferecendo agora, visto que o controle está voltando para os empregadores à medida que as contratações diminuem.

De acordo com o relatório Tendências Globais de Talentos, os principais benefícios que os funcionários valorizam hoje, além da remuneração, são: trabalho flexível, desenvolvimento de habilidades e equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Neste sentido, os profissionais estão se recusando a retornar às antigas formas de trabalho. Em muitos países, as aplicações para funções remotas superam amplamente a oferta.

Segundo Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina, as empresas não devem voltar atrás das suas decisões. “Os líderes que recuarem em relação ao trabalho flexível ou que que cortarem investimentos no desenvolvimento profissional de seus times correm o risco de desmotivar sua força de trabalho e dar margem para que esses profissionais busquem oportunidades mais atraentes.

Colaboradores motivados são a chave para obter vantagem competitiva, principalmente em um momento em que as pessoas já estão sobrecarregadas por outras preocupações causadas pelas incertezas econômicas. Tradicionalmente, a flexibilidade e o foco no desenvolvimento de habilidades são os primeiros a desaparecer em tempos de crise, mas são importantes para construir negócios diversificados e resilientes que possam se adaptar a um Brasil em constante mudança”, afirma.

Comprometimento dos funcionários é crucial para navegar tempos difíceis

Em cenários adversos, os líderes dizem que manter funcionários motivados e engajados é a prioridade nos próximos seis meses. Isso ocorre porque eles também reconhecem que as tensões financeiras devido ao aumento do custo de vida (32%) e as preocupações com demissão (28%) estão preocupando os profissionais brasileiros atualmente.

Incerteza econômica ameaça flexibilidade: liderando durante a incerteza

Nesse sentido, a comunicação é fundamental. Essa é a principal habilidade comportamental (37%) identificada pelos líderes como necessária para passar por esse momento, seguida por transparência (36%), inteligência emocional (36%) e empatia (26%). Em uma perspectiva global, habilidades sociais de resolução de problemas, comunicação e estratégia foram apresentadas em 78% dos empregos publicados globalmente no LinkedIn nos últimos três meses. Em vez de deixar as equipes no escuro sobre as decisões difíceis que precisam ser tomadas, os líderes precisam construir pontes e garantir que os funcionários façam parte dessa jornada.

Para isso, o LinkedIn aconselha os líderes:

  • Adote uma abordagem de liderança adaptativa – Os líderes devem ser transparentes sobre a realidade atual e se adaptar ao que está por vir, dando aos funcionários clareza sobre as prioridades de negócios de curto prazo. É preciso ver esse período como uma oportunidade para aprender e ajustar o que for necessário.
  • Mantenha a conexão e a confiança com a força de trabalho – Hoje, 52% dos empregadores brasileiros incentivam a colaboração e o compartilhamento de conhecimento entre os funcionários. Ao ajudá-los a construir conexões com seus colegas, os empregadores podem incentivar suas equipes e fortalecer a cultura da empresa. Além disso, retornar aos modelos de liderança controladora e ditar que os funcionários devem estar no escritório pode comprometer rapidamente a relação de confiança.
  • Foco nas habilidades – O conjunto de habilidades necessárias para os empregos mudou cerca de 25% globalmente desde 2015 e esse número deve dobrar até 2027. Ao entender as habilidades que seus funcionários têm hoje e as que a empresa precisa no futuro, é possível contratar ou redistribuir talentos de forma estratégica.

Para ajudar os líderes a navegar por este cenário, o LinkedIn disponibiliza o relatório Tendências Globais de Talentos, que fornece informações sobre como as tendências do mercado de trabalho estão afetando funcionários e locais de trabalho.

Metodologia

O LinkedIn contratou a YouGov para pesquisar 2.929 executivos C-Levels em todo o mundo (Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, França, Alemanha, Holanda, Itália, Espanha, Suécia, Emirados Árabes Unidos, Brasil, México, Índia, Cingapura, Austrália, China e Japão) de organizações com mais de 1.000 funcionários e faturamento anual de mais de £ 250 milhões de 27 de setembro a 19 de outubro de 2022. A pesquisa foi realizada online.

Os pesquisadores do LinkedIn Economic Graph analisaram os anúncios de empregos pagos e, desses, a porcentagem remota, com que frequência eles foram visualizados e o número de inscrições para essas funções de janeiro de 2021 a setembro de 2022 na Austrália, Brasil, França, Alemanha, Índia, Irlanda, Itália, Holanda, Cingapura, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos para entender quais são as tendências atuais no trabalho flexível.

Sobre o LinkedIn

O LinkedIn é a maior rede social profissional do mundo. Estamos presentes em mais de 200 países e contamos com mais de 875 milhões de usuários, sendo deles 60 milhões de brasileiros. Ajudamos a conectar os profissionais do mundo a oportunidades de emprego e a transformar a forma com que as empresas contratam, divulgam suas marcas e vendem. Nossa visão é criar oportunidades econômicas para todos os usuários do mercado de trabalho.

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