Pesquisa global afirma que modalidade de trabalho aumenta a produtividade, mas também contribui para maior pressão sobre os trabalhadores e líderes.
O chamado novo normal, trazido pela pandemia do Covid-19, agora é híbrido. Sim, uma realidade que está moldando as práticas de trabalho, fazendo com que tanto colaboradores quanto líderes estejam pedindo mudanças contínuas e permanentes, seja no como e onde se trabalha, mas, principalmente, como o desempenho é medido.
Diante disso, o Grupo Adecco – empresa líder mundial em soluções de RH e na qual a Consultoria LHH faz parte – realizou o estudo global “Reinicializando o normal: definindo a nova era do trabalho”. O objetivo foi analisar como as atitudes em relação ao trabalho mudaram ao longo de 12 meses e destacar as questões-chave que as empresas devem seguir para se adaptarem com sucesso neste período de transição.
Força do trabalho híbrido: os entrevistados
Ao todo foram entrevistados mais de 15 mil trabalhadores, com idades entre 18 e 60 anos, de 25 países diferentes, incluindo o Brasil com mais de 300 participantes. Um dos destaques da pesquisa é a constatação de que o trabalho híbrido veio para ficar, porém a flexibilidade é fundamental.
Globalmente, 53% dos entrevistados querem este modelo, porém, sinalizando que, pelo menos, metade do tempo gasto trabalhando seja remoto. No nível latam, 78% dos trabalhadores já têm uma configuração em casa que permite que as atividades sejam realizadas à distância.
Força do trabalho híbrido: sem perda de produtividade
Em contrapartida, isso não acarreta perda de produtividade, já que 82% se sente tão produtivos ou mais do que antes. “Uma das consequências da pandemia foi a aceleração das tendências existentes a ponto de não poderem ser ignoradas. Exemplo disso é que o futuro do trabalho será flexível.
No entanto, o sucesso disso dependerá da adaptação a elas tanto dos indivíduos quanto dos líderes”, afirma José Augusto Figueiredo, Country Head do Grupo Adecco. Além disso, mais de 3/4 dos trabalhadores desejam manter a flexibilidade em relação à sua própria programação, voltando para o escritório, mas em seus próprios termos.
Essa tendência é maior entre as gerações mais jovens, sendo 56% da Geração Z, 48% da Millennials, 45% da Geração X e 44% da Baby Boomers. Já aqueles que têm filhos, 51% querem trabalhar no escritório e 42% não.
Agora, embora muitos tenham se beneficiado do trabalho híbrido, nem todos tiveram uma experiência positiva. Questões sobre a duração da semana de trabalho devem ser abordadas, pois o futuro fica flexível, com a menção de jornadas longas aumentando 14% no último ano e mais da metade dos entrevistados (57%) afirmando que seriam capazes de fazer o mesmo trabalho em menos de 40 horas.
Força do trabalho híbrido: os trabalhadores
Sem falar que mais trabalhadores e líderes (73%) estão pedindo para serem avaliados por resultados não por horas de trabalho, uma tendência que já era forte em 2020.
Diante disso, os líderes além de terem o desafio de acompanhar as mudanças, terão também que atender às necessidades de cada colaborador bem como equilibrar o trabalho remoto e o cuidado com suas equipes. “Tal processo só será menos ´doloroso´ se os gestores começarem a desenvolver seus talentos com habilidades e capacidades necessárias para essa nova realidade”, explica Figueiredo, acrescentando que, dessa forma, será possível construir uma cultura corporativa coesa com uma força de trabalho produtiva, resiliente e saudável. “Isso significa que as empresas que mais rápido se adaptarem e implementarem tais ações serão bem-sucedidas. Já as que não acompanharem as mudanças correm o risco de ´morrerem´”, complementa.
Força do trabalho híbrido: e como fica a saúde mental nesse novo modelo?
De acordo com a pesquisa, a má qualidade de saúde mental dentro desse novo cenário é um problema emergente e que pode levar a perda de uma nova geração de líderes. Para ter ideia, mais da metade dos jovens líderes (54%) sofrem de burnout – distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema – e 3 em cada 10 trabalhadores afirmaram que sua saúde física e mental diminuiu nos últimos 12 meses.
Para Figueiredo, as organizações devem reavaliar como podem melhor apoiar e oferecer recursos de bem-estar aos seus funcionários dentro desse novo modelo, uma vez que 67% dos trabalhadores disseram que os líderes não atendem às suas expectativas em relação à verificação de sua saúde mental.
O estudo detectou ainda que há uma grande desconexão dos líderes entre as visões da administração sobre seu próprio desempenho e a opinião de seus funcionários.
A satisfação com a liderança é baixa, já que apenas um terço dos colaboradores sentem que estão recebendo o devido reconhecimento e apenas metade de todos os trabalhadores afirmaram que seus gerentes atenderam ou superaram as expectativas de encorajar uma boa cultura de trabalho (48%) ou ajudar no suporte do equilíbrio trabalho/vida pessoal (50%).
Força do trabalho híbrido: o risco da fuga de talentos
Figueiredo chama atenção também para outro ponto que o levantamento detectou: a satisfação dos talentos em relação as suas progressões de carreira dentro da companhia.
Os resultados de motivação e engajamento foram baixos, onde menos da metade está satisfeita com as perspectivas de carreira em sua empresa, quase 2 em cada 5 estão mudando ou considerando novas carreiras e 41% estão pensando em mudar para empregos com opções de trabalho mais flexíveis. “Essa grande fuga de talentos é preocupante, porém ainda não iminente” diz Figueiredo.
Segundo ele, para se antecipar e tentar deter este movimento, as organizações precisam a partir de agora se reconectarem com suas forças de trabalho. “Até porque 2/3 dos entrevistados estão confiantes de que as empresas iniciarão novas contratações significativas, sendo segurança, ação, cultura, bem-estar e desenvolvimento, os aspectos mais importantes apontados pela pesquisa sobre o emprego para o futuro”, conclui.
Leia também – Empresas devem pensar mais em qualidade nos escritórios.
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