Habilidades comportamentais do futuro ou soft skills – com a pandemia do coronavírus e o cenário de incertezas, fica difícil saber o que vem por aí quando o assunto é o mercado de trabalho. Porém, uma coisa é certa: as soft skills, ou habilidades comportamentais do futuro são mais importantes do que nunca, e saber se adaptar de forma rápida, buscando entender quais as demandas do momento, será essencial daqui para frente.
“A pandemia acelerou uma transformação que já vinha ocorrendo nas relações sociais e do trabalho”, diz a psicóloga e coach Maria Moura. “A sua grande interferência foi acelerar de maneira exponencial transformações nos processos produtivos, logísticos, tecnológicos e comportamentais.”
As habilidades comportamentais do futuro
A pergunta que não quer calar é qual será o futuro e como será o mercado de trabalho daqui para a frente. Grandes mudanças sempre aconteceram, a questão é quais habilidades precisam ser desenvolvidas para esse contexto.
De acordo com Maria, a excelência técnica é, e continua sendo, uma condição básica para o profissional bem sucedido. Isso significa que você vai precisar ter domínio na sua área de atuação. Mas isso, por si só, não é mais suficiente.
“Manter-se em um emprego e crescer na empresas ou conduzir um negócio próprio dependerá fundamentalmente das competências soft”. Sim, as habilidades não mensuráveis serão protagonistas mais do que nunca. E, se você tem dúvida, veja abaixo quais serão as habilidades comportamentais do futuro, segundo a psicóloga.
- Inteligência emocional: para saber lidar com o desconhecido sem entrar em pânico ou ficar paralisado diante da ansiedade;
- Resiliência: saber suportar as pressões provenientes das mudanças abruptas sem se decompor;
- Criatividade: para pensar em alternativas inovadoras;
- Flexibilidade: para se adaptar e aprender com um cenário que muda constantemente;
- Autogestão: ser líder de si, ter iniciativa, proatividade, protagonismo;
- Trabalho em equipe: saber lidar com a diversidade cultural e social; aplicando a escuta empática e a comunicação não violenta;
- Conectividade: capacidade de estabelecer conexões genuínas com as pessoas. Valorizar o vínculo das relações sociais. Seja no contato físico presencial ou por meio virtual.
“Neste mundo com tantas incertezas e ambiguidades, o profissional que tenha desenvolvido o autoconhecimento para descobrir seus pontos fortes, usando as próprias virtudes na prática profissional conseguirá atingir alta performance em seus resultados de maneira quase natural”, diz ela.
O principal desafio, tanto para empresas, quanto para profissionais, é quebrar o mito sobre a necessidade de desenvolverem a inteligência emocional para lidar com equilíbrio com as diferentes situações. O principal é compreender que essas habilidades podem ser aprendidas e desenvolvidas.
Habilidades comportamentais do futuro: como se adaptar ao novo?
De acordo com Maria, o principal é deixar de lado ideias e conceitos antigos. Paradigmas que, antes, funcionavam bem e até ofereciam bons resultados, agora, podem ser uma barreira para o crescimento profissional.
O ideal é se manter atualizado sobre quais às novas movimentações do mercado, entender as necessidades que estão surgindo a partir de agora e assumir a responsabilidade de conduzir a própria vida e buscar o autodesenvolvimento constantemente – seja por meio de cursos, leituras ou através dos próprios relacionamentos.
Falando nisso, o networking, que sempre foi, passa a ser ainda mais fundamental. “É através das relações humanas que se inspira para novas oportunidades e saberes”, explica Maria.
“O contato social físico ou virtual sinaliza as necessidades e transformações no mundo. Apresenta as demandas prioritárias da humanidade. O networking pode fornecer um guia sobre como alcançar resultados significativos de maneira mais objetiva. É a participação colaborativa, tornar-se visível ao mundo.”
Ou seja, o momento é não só de começar conversas, mas também de se inserir em naquelas que já estão acontecendo. Por isso, fazer uso das redes sociais, como o Linkedin, é essencial. “Somos seres essencialmente sociais. Ter relações saudáveis na vida é um dos sinais de uma pessoa feliz”, finaliza a psicóloga.