Ambiente de trabalho tóxico e saúde mental: como lidar com a questão e como os gestores podem evitar problemas nessa esfera.
É fato que todo trabalho têm algum nível de estresse. No entanto, quando acarreta cansaço, sentimentos depressivos, insônia, problemas de pele e cardiovasculares, estes podem ser sinais de um ambiente profissional tóxico.
E, quando isso acontece, há prejuízos globais, que se refletem nas relações interpessoais e têm repercussões na vida cotidiana, mesmo fora do trabalho. “Além da piora da saúde mental e relacionamentos mais tensos, não é incomum que os trabalhadores em ambientes tóxicos também recorram a drogas ou álcool para lidar com o problema”, alerta Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT.
“Para driblar os problemas, a empresa deve incentivar um espaço mais positivo e saudável para seus colaboradores, onde exista maior cooperação e cuidados com a saúde mental”, diz Colombini.
Ambiente de trabalho tóxico e saúde mental: dicas do psicólogo para gestores e líderes
1) Cultive a transparência: é importante que os conflitos rotineiros sejam expostos, principalmente em um espaço seguro onde as pessoas possam falar sem medo de represálias. “Um ambiente de equipe saudável permite que os colaboradores discutam erros sem constrangimento”, diz Colombini. “Nesse sentido, vale incentivar atividades que promovam a formação de vínculos entre a equipe, como bate-papos e happy hours, para que os colaboradores possam se conhecer em um ambiente descontraído, sem a pressão do trabalho”, completa.
2) Incentive o equilíbrio entre vida profissional e pessoal: quando as pessoas atingem seu limite, isso traz prejuízos à sua segurança psicológica. “Para combater práticas abusivas, uma boa estratégia é as empresas contarem com acompanhamento psicológico, a fim de ajudar os trabalhadores a lidar com a pressão do dia a dia”, aconselha Colombini. “Com atitudes como esta, os colaboradores vão sentir que estão trabalhando para uma empresa que prioriza seu bem-estar”, completa.
3) Pratique o acolhimento: é importante que as empresas se certifiquem de atender às necessidades de seus trabalhadores, com as práticas de dar e receber feedbacks contínuos (sem punição e hostildade), além de promover a escuta ativa e o acolhimento. “Não existe uma única forma de criar segurança psicológica no ambiente de trabalho, e as organizações, com a ajuda do setor de Recursos Humanos, programas de saúde mental e gestão de pessoas, podem eliminar a cultura tóxica”, diz o especialista.
Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).
Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.
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