Muitas vezes o que você mais busca é uma oportunidade de trabalhar no exterior. Principalmente pela forma como esse tipo de experiência pode abrir a sua mente e alavancar a sua carreira. É claro que é possível ter uma experiência de trabalho fora do Brasil. Mas não pense que essas chances caem do céu. É preciso planejamento e dedicação.
Conversamos com Thiago Balieiro, head de RH do Student Travel Bureau, para saber exatamente o que é preciso considerar na hora de procurar emprego em outro país.
1.Descubra a sua motivação para trabalhar no exterior
A ideia de ter uma vivência fora do Brasil parece incrível. Mas ela varia muito de pessoa para pessoa. Por isso, é importante você saber, em primeiro lugar, qual a sua motivação para isso. É para conhecer outra cultura a fundo? Experimentar a vida em um país de primeiro mundo? É pela qualidade de vida? Independentemente do motivo, é uma experiência enriquecedora que colabora para você se tornar um profissional melhor.
“O jeito dos americanos lidarem com o seu trabalho é completamente diferente dos alemães, por exemplo”, explica Thiago. “Essa diferença de crenças e jeitos de se relacionar com pessoas e tarefas é enriquecedora de todos os pontos de vista. Sem falar, também, que o mundo está de fato sem fronteiras e as pessoas estão buscando experimentar novos formatos de viver, de aprender e também de trabalhar”.
2.Domine a língua e se jogue!
Segundo o head de RH, o primeiro passo – e mais importante – é você ter domínio da língua local. Se a sua ideia é trabalhar nos Estados Unidos ou Inglaterra, saber o inglês é essencial. Outro ponto importantíssimo é criar o seu perfil no LinkedIn em inglês. Dessa forma, você se apresenta para o mundo inteiro, já pensando em possibilidades além do Brasil.
Aliás, é aqui que o networking começa a se tornar de extrema importância. Comece a se conectar com pessoas da sua área de atuação, mas que não estejam em território nacional. Faça cursos e assista palestras, mesmo que online. E, se possível, participe de eventos ao vivo com personalidades estrangeiras (mesmo que aqui no Brasil mesmo).
“Os cursos presenciais merecem um parêntesis importante. É uma oportunidade de unir a viagem e tudo o que ela pode agregar para a gente, com o networking sendo feito pessoalmente. Isso além de buscar conhecimento em centros de referência, que é sempre incrível”, diz Thiago.
3.Considere as diferenças de trabalhar no exterior
Sim, trabalhar fora do país é uma experiência incrível. Mas não espere encontrar as mesmas condições que você está acostumado no Brasil.
As legislações são diferentes, o cálculo salarial é outro e até mesmo as relações de trabalho mudam de país para país. Ou seja, estude! Entenda como as coisas funcionam no país em que você quer trabalhar. Veja se essa é mesmo uma mudança vantajosa para você. O sistema de férias e 13º salário, por exemplo, não é comum em todos os países do mundo.
4.Faça testes sem sair do país
Você já ouviu falar em freelancer? Pois é, a ideia de trabalhar para diferentes clientes, no sistema homeoffice, e sem um contrato fixo tem se tornado cada vez mais comum. E pode ser a oportunidade perfeita para você começa a abrir a mente – e a profissão – antes de fazer uma mudança definitiva.
Segundo Thiago, nos Estados Unidos e na Europa essa é uma prática bem comum hoje em dia. Você pode criar uma rede de contatos começando com trabalhos freelancer. “Encontrar uma possibilidade freelancer pode ser um bom jeito de começar ou pode ser definitiva. Assim você gera uma rede global de trabalho e pode trabalhar de onde quiser”, diz ele.
5.Planeje um investimento para trabalhar no exterior
Já falamos por aqui sobre a importância de ter e manter um bom networking, e isso também é válido se você busca trabalhar no exterior. A diferença é que encontrar com essas pessoas pode ser um pouco mais complicado. E exige certo investimento.
Como comentamos nos parágrafos acima, participar de palestras e cursos, presenciais e online, são a melhor forma de você começar a conhecer pessoas da sua área e montar a sua rede de contatos internacional. Aliás, procurar investir em cursos de capacitação fora do Brasil é uma das formas mais efetivas de fazer esse networking cara a cara, reforçando laços e entendendo melhor as necessidades do mercado local.
Para isso, claro, você precisa de um planejamento financeiro. Escolha um curso que caiba no seu orçamento e aproveite ao máximo a experiência para conhecer a fundo professores e palestrantes.
6.Não se prenda a sua idade
Parece que mudar de país, encontrar um trabalho fora do Brasil, só funciona quando você começa cedo, certo? Errado! “Tudo é uma questão de se planejar – cada momento de carreira tem características específicas como salário, disponibilidade de posições, etc. Mas eu considero possível em qualquer idade, qualquer momento de carreira e em qualquer circunstância”, explica Thiago.
7.Entenda suas dificuldades
Thiago atenta para uma questão importante: é muito comum você acreditar que o seu domínio da língua é o suficiente para uma situação de trabalho rotineira, quando ainda não é.
É diferente usar o inglês, por exemplo, para passar as férias nos Estados Unidos ou se comunicar com vendedores ou outras pessoas em situações mais informais. Outra completamente diferente é você conversar com executivos em uma reunião de trabalho.
Por isso, estude! Tanto para entender em que ponto está o seu domínio da língua, quanto para facilitar o seu lide diário com as burocracias necessárias para essa mudança.
Aliás, esse é outro ponto: pesquise e entenda são as documentações necessárias para essa mudança, o que você precisa para trabalhar em outro país, se é preciso um de visto de trabalho (e como tirá-lo) e outras burocracias. Isso é essencial para que essa transição seja feita sem problemas e, na dúvida, você pode buscar outras pessoas que já passaram por isso para compreender melhor o passo a passo.
Você já pensou em trabalhar no exterior? Que tal compartilhar a sua experiência no nosso grupo no LinkedIn ou nos comentários abaixo?