Você já parou para pensar na quantidade de informações que é gerada no mundo digital pelas pessoas e organizações todos os dias? Nessa pilha virtual de dados existem informações valiosíssimas que podem ajudar as empresas a melhorarem seus produtos e serviços e, consequentemente, seus resultados.
Por isso, tem sido cada vez mais importante contratar profissionais que saibam analisar e separar o que é relevante, para que se possa utilizar essas informações estrategicamente. E é isso o que faz um cientista de dados. O cientista de dados é esse profissional e, não é por acaso que a profissão está crescendo a passos largos no mundo inteiro.
Afinal, o que faz um cientista de dados?
Para saber mais sobre a carreira de cientista de dados, o PraCarreiras conversou com Daniel Zitei, cientista de dados na ModalGR, uma consultoria em tecnologia da informação e gestão de projetos. Para ele, o mercado de tecnologia é um terreno fértil para acolher novos profissionais, e ainda não há quantidade suficiente de cientista de dados formados. Ou seja, há muitas oportunidades na área! Quer saber quais são as principais habilidades para se tornar um cientista de dados?
Por incrível que possa parecer, a comunicação é uma qualidade importante: “Tem que ser comunicativo, para conseguir entender a regra do negócio. Além disso, ter domínio de programação, para aplicar os cálculos estatísticos aos dados e conhecimentos avançados de matemática e estatística”, explica Daniel.
Quanto ganha um cientista de dados? A média nacional é de R$ 7259 por mês (Fonte: Glassdoor)
PC: Qual foi o seu caminho até se tornar cientista de dados? Em que momento e por que escolheu essa profissão?
Desde adolescente sou fascinado pelo autor de ficção científica Isaac Asimov. Por conta desse meu fascínio por seus livros, que abordam o universo das máquinas inteligentes e dos robôs, eu, desde a adolescência, queria trabalhar com isso. Quando comecei a primeira graduação em Engenharia da Computação – que nunca terminei – me mostraram a área de ciências de dados, que lidava com os assuntos que eu lia na minha adolescência. Então, comecei a me dedicar mais aos estudos do tema, como matemática e estatística.
PC: A profissão de cientista de dados é bastante recente. Como você enxerga o mercado de trabalho hoje? Há escassez de profissionais qualificados?
É um mercado bastante fértil. Em 2019, fui a um congresso no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) e, logo na abertura, o diretor de ciência de dados da IBM disse: “Ainda não sabemos o que pode dar errado na área de inteligência artificial, pois só estamos colhendo bons frutos”. Por isso, imagino que ainda temos um bom caminho pela frente colhendo excelentes frutos. Para a segunda pergunta, durante o fórum Principles for Artificial Intelligence: Towards a Humanistic Approach? da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), um dos assuntos discutidos foi exatamente esse tema. Há, sim, uma escassez de profissionais na área e, para combater essa escassez, devemos melhorar a nossa educação de base no Brasil.
PC: O que faz um cientista de dados?
Um cientista de dados analisa informações em larga escala para encontrar problemas na cadeia de produção, desenvolver modelos preditivos, identifica padrões dentro do processo e interpreta o que os dados estão dizendo.
PC: Que formação é necessária para se tornar um cientista de dados? Existe uma formação específica?
Hoje, a USP colocou as matérias sobre Inteligência Artificial (IA) na grade do último ano do curso de Estatísticas. Assim, hoje o aluno sai com o bacharelado em estatística conhecendo sobre inteligência artificial e podendo trabalhar na área de ciência de dados. Uma outra forma de ingressar é fazendo algum curso de matemática, ciência e/ou engenharia da computação e estudar por conta própria sobre essas competências. E, após formado, fazer uma especialização, como um mestrado ou MBA na área.
PC: Em que áreas esse profissional pode atuar?
Em diversas áreas, como a indústria, analisando o processo de produção de uma fábrica, a implementação de features, em aplicativos como sistemas de recordação de filmes e séries, na área bancária, desenvolvendo sistemas antifraude, dentre outras coisas.
PC: Quais as habilidades (comportamentais e técnicas) que você acredita serem fundamentais para ser um bom cientista de dados?
Tem que ser comunicativo, para conseguir entender a regra do negócio, ter domínio de programação, para aplicar os cálculos estatísticos aos dados e conhecimentos avançados de matemática e estatística.
PC: O que faz um cientista de dados diariamente? Esse profissional trabalha mais focado em computadores e análises ou tem contato com pessoas também?
Entender a regra do negócio, para compreender o que os dados estão nos mostrando é bastante importante. Por isso, não ficamos só focados em análises, também conversamos muito com o analista de negócio para ver o que pode ser melhorado.
PC: Que dicas você daria para quem quer ingressar nessa profissão?
Fortaleça suas bases em matemática e estatística, estude programação e se esforce para ver o mundo de maneira neutra e imparcial. Imparcialidade é requisito mínimo para analisar os dados.
PC: O que é sucesso para você? Você se considera um profissional bem-sucedido?
Sucesso significa ter grandes conquistas e ainda estou no início dessas conquistas. Mas espero ser um profissional bem sucedido me dedicando e trilhando esse caminho.